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terça-feira, 19 de maio de 2009

As duas pontas de um giz

De um lado a estrutura do ensino privado, do outro a defasagem das escolas públicas

Há anos atrás as escolas particulares eram alternativas para alunos que não conseguiam acompanhar as aulas das escolas públicas. Porém, este quadro se inverteu. A instituição privada oferece qualidade de ensino, reforço aos alunos com dificuldades, infra-estrutura, tanto física como a de materiais para professores e alunos desenvolverem melhor suas atividades curriculares, e, talvez o aspecto mais relevante, segurança.
Na outra ponta do giz, encontra-se a escola pública. Com todas as dificuldades estruturais que iniciam em bibliotecas deficientes e defasadas, passando pelo vergonhoso salário pago aos professores, e chegando aos alunos que, dependendo de suas condições familiares, possuem obstáculos a mais em seu aprendizado.
“Preparo duas aulas diferentes. Na escola particular, posso passar vídeos didáticos ou fazer uso do laboratório de informática. Enquanto na pública, não posso exigir determinados materiais porque sei que alguns pais não terão condições de comprá-los e a escola também não os dispõe”, lamenta a professora do ensino fundamental de duas escolas, uma pública e outra privada, Terezinha da Rocha.
A farmacêutica, Deise Guerin, revela que optou pela escola particular para seu filho e não a pública, próxima a sua casa inclusive, em função da segurança e qualidade de ensino. O controle de entrada e saída de pessoas, organização e limpeza além de aulas diferenciadas, foram a fórmula que Deise avaliou para escolher a escola privada para o pequeno Bruno (foto), 10 anos, que desde os seis, estuda na mesma instituição. “Uma boa educação vai além de salas de aula. É preciso muito mais, como estrutura e ferramentas, para uma boa formação”, explica Deise.
Enquanto a professora Terezinha se preocupa com a formação de todos os seus alunos, a farmacêutica Deise pensa no futuro do filho, Bruno estuda para a prova de geografia, tramita no Senado o projeto de lei voltado à educação. O projeto número 480 de 2007, de autoria do senador Cristovam Buarque, “determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014”. O objetivo do senador é promover maior atenção e ações efetivas por parte dos políticos direcionados ao ensino público. Toda atuação que beneficie a educação e equilibre o ensino público e privado é esperada com urgência e a população brasileira agradece.



Texto e foto: Daiane Köhler

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