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quarta-feira, 25 de março de 2009

PREPARAR, APONTAR, FOGO!

A escassez de notícias sobre a produção e o comércio de armas desenha um panorama pouco conhecido e muito contraditório do cenário nacional. Mesmo com a atual crise no setor econômico, o Brasil não deixa de investir na indústria bélica. Com o apoio do Governo Federal, empresas que tiveram seus funcionários demitidos, a partir de setembro do ano passado, os recontrataram e aumentaram os modos de produção.

Para cumprir um contrato de R$ 500 milhões com a Malásia, a Avibrás – Indústria Aeroespacial-, admitiu 400 funcionários. Entretanto, acumula uma dívida de R$ 640 milhões. O governo federal - maior credor do processo-, vai arcar com R$ 320 milhões, embora tenha informado que não pretende controlar as empresas de Defesa.

Outra indústria beneficiada foi a Mectron. A corporação vai produzir mísseis anti-radar para o Paquistão. O contrato de R$ 255 milhões vai impulsionar a produção e a qualificação dos empregados na empresa.

Segundo o grupo de pesquisas Small Arms Survey, do Instituto de Estudos Internacionais de Genebra (Suíça), o Brasil é um dos maiores fabricantes de armas de pequeno porte do mundo. A produção delas é cinco vezes maior do que os materiais recolhidos na campanha do Desarmamento, promovida pelo Ministério da Justiça entre 2004 e 2005.

A conseqüência da alta produção da indústria bélica está nas ruas, e as taxas comprovam. Embora o número de mortes por armas de fogo tenha caído em relação a 2003 , quando o Estatuto do Desarmamento entrou em vigor - 39.325 mortos -, o índice continuou alto no ano de 2007, ficando em 35.076 mortos.

As políticas públicas do atual governo buscam equilibrar os dois lados do duelo: de um lado, auxilia as empresas de armamento para que não entrem em crise e, em conseqüência, protagonizem demissões em massa nas fábricas; de outro, cria programas como o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI) para que os índices de mortes por armas de fogo sejam menores.

Por Flavia Alli, Juliano Pires e Carlos Eduardo

Um comentário:

HISTÓRIA UNIFRA disse...

Com referência a matéria sobre armas de fogo, é bom lembrar que temos no Rio Grande do Sul uma das maiores indústria de armas de pequeno porte e de caça do mundo, as indústrias Rossi Brasil, localizada em São Leopoldo,que com o programa de desarmamento em 2003,teve que demitir funcionários quase entrando em falência devido a nova lei.Para recuperar-se, a Rossi teve que abrir mais as exportações de suas armas e entrar em outros ramos como atiradeiras, barracas, camping, lanternas, mochilas, vestuários, etc.