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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Afeto no tratamento a crianças portadoras do HIV

Desde 1982 quando foi registrado o primeiro caso de AIDS em crianças, a doença vem causando grande terror à essa faixa etária. O crescimento da AIDS no Brasil, principalmente entre as mulheres - hoje há uma mulher infectada para cada três homens com o vírus-, faz com que as crianças nasçam portadoras do vírus da doença. Ao mesmo tempo, as crianças soropositivas correm sérios riscos de serem vítimas da orfandade que vem crescendo muito nos últimos anos. Aliada à doença, a orfandade pode causar sérios problemas para a criança, já que produz grande mudança no cotidiano dela que não sabe lidar com a doença.
O número de crianças portadoras do vírus e abandonadas por seus pais vem aumentando inclusive, aqui em Santa Maria. O destino dessas crianças, na maioria das vezes, acaba sendo as casas de apoio. Sabendo que toda criança deve ter um apoio especial, acadêmicos do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano, Unifra, desenvolveram um projeto de integração, entre eles com crianças portadoras do HIV/AIDS que vivem em Casa de Apoio.
O projeto
Ana Paula Casarotto, estudante de fisioterapia e integrante da equipe, relatou em pesquisa participante, a observação desse projeto de integração dos acadêmicos e das crianças.
“Todo criança, independente da condição sorológica, precisa de carinho e atenção”, completa Ana Paula. O projeto da turma de Fisio realizou encontros semanais durante cinco meses, com duração de duas horas a cada encontro. Através de atividades lúdicas eram trabalhados o desenvolvimento neuropsicomotor (desenvolvimento do sistema nervoso, psicológico e o desenvolvimento da coordenação motora) e da motricidade das crianças. As crianças ainda eram orientadas a desenvolver um trabalho de prevenção às infecções secundárias e do desenvolvimento da autonomia e do auto-cuidado.
Melhoras na função respiratória também foram observadas devido à prática dos exercícios. Com essa melhora, infecções respiratórias diminuíram, se comparadas com as fichas médicas anteriores dos pequenos. No período que se estendeu o trabalho dos estudantes, não houve nenhum agravante em relação às doenças oportunistas.
Durante o projeto, Ana Paula percebeu que as atividades realizadas pelos acadêmicos junto às crianças estavam proporcionando o desenvolvimento da autonomia, da afetividade e do espírito de co-participação, assim como percebeu-se mudanças tanto dentro da Casa de Apoio como fora dela. “A maior recompensa do grupo, foi perceber a diferença não somente na saúde das crianças, mas também no aspecto afetivo”, completa a estudante.
Por Bruno Tech

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