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sábado, 4 de outubro de 2008

O gene da (in)sensatez


Não raro tem se visto o uso da genética para explicar desde a predisposição para desenvolver determinada aptidão ou para justificar preconceitos. O crescente uso dessa ciência para explicar tantas nuances de nossa sociedade é também usado para derrubar algumas afirmações tidas como verdadeiras ou para insuflar discussões acaloradas – como é o caso do sistema de cotas. Os contrários dessa política afirmativa sustentam que não procede privilegiar grupos afrodescendentes, uma vez que os homens são iguais geneticamente.
Para o filósofo Paulo Roberto Menezes o conceito de raça apregoado pelos defensores das cotas é evasivo e não se mantém pelas mesmas razões do que os geneticistas afirmam. “O conceito de raça é uma falácia e não pode ser usado para certos ‘determinismos’ e ‘achismos’. A base de todo preconceito é o uso de má-fé da palavra raça. Somos todos igualmente privilegiados, os genes corroboram isso”, avalia o filósofo.
O Brasil acena com políticas afirmativas para reparar injustiças a grupos minoritários – como índios e negros. Para os contrários dessas políticas, o perigo reside na generalização que somos uma nação bicolor – brancos e negros. Outra implicação dessa afirmação é que acabem por ser eliminados uma de nossas características principais – a miscigenação. Para o escritor Ali kamel em sua obra Não Somos Racistas o perigo incorre em se estar fazendo uso daqueles que não são brancos como caboclos, cafuzos, mulatos e mamelucos classificando-os como negros.
A ciência mostra-se como uma aliada ao bom senso e aos discursos romanceados e faz lembrarmos do que dizia o astrônomo Carl Sagan que “quando somos indulgentes conosco mesmos e pouco críticos, quando confundimos esperanças e fatos, escorregamos para a pseudociência e a superstição”.

“Igualmente diferentes”

A codificação do genoma humano mostrou a existência de 25 mil genes. Os geneticistas têm sido categóricos ao referir-se que ao se tratar da raça humana não existem raças. Ao contrário dos demais animais, os homens são todos iguais. Vale parafrasear o geneticista Sérgio Pena, que logo após ter sido concluída a codificação do genoma humano falou a célebre frase que “os homens são igualmente diferentes”.
Caracteres fenótipos – como lóbulo da orelha, pigmentação da pele, formato do nariz assim como as características do genótipo humano mostra que a diferença entre brancos e negros é de 0,005 do genoma humano.

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