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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Mal de Alzheimer, do lapso ao esquecimento

Uma doença que não tem prevenção. O diagnóstico é difícil de ser feito e quase sempre é tardio. Considerada uma doença degenerativa que produz atrofia progressiva o Alzheimer atinge no Brasil entre 800 mil e 1,2 milhão de pessoas. O índice de portadores no mundo corresponde oscila entre 24 e 27 milhões.
O Centro Universitário Franciscano (Unifra) desenvolve junto à Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) o projeto de Assistência Multidisciplinar Integrada aos Cuidadores dos Portadores da Doença de Alzheimer (AMICA), que atua em diversos municípios do país. Os encontros promovidos acontecem todas as quintas das 17h às 18h no campus II da Unifra, prédio 17, sala 710.
Em parceria com os cursos de Assistência Social, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição e Terapia Ocupacional é oportunizado suporte àqueles que tenham um familiar, conhecido, amigo portador dessa doença. A coordenadora do AMICA, professora Teresa Cristina Blasi, adianta que uma nova frente de trabalho será aberta – a rede de cursos que integra a AMICA deverá atuar também junto aos pacientes portadores do mal – com ênfase ao auto-cuidado e à memória. As atividades devam iniciar no próximo semestre.
A dificuldade em aceitar o diagnóstico
Os cuidadores em geral relutam em aceitar que o familiar portador da patologia tenha se tornado um estranho. “Muitos dos cuidadores chegam aqui com uma carga elevada de tensão. A parte emocional fica vulnerável. É complicado assimilar essa condição de não-consciência. Compreender que o nosso familiar está se tornando alguém ‘estranho’ é difícil”, avalia a professora da Terapia Ocupacional e membro do AMICA, Vera Barcellos.
Aos cuidadores vale lembrar as palavras da escritora Lya Luft que escreveu sobre o tema ao dizer “que uma coisa que ajuda, um pouco , é tentar entrar no universo do doente, em lugar de querer que ele retorne ao nosso”.
As (in)certezas da doença
Uma doença silenciosa que inicia ora com um esquecimento ou com uma simples confusão. A sociabilidade muda, os bons modos parecem ser esquecidos. Os portadores de Alzheimer começam a não ter mais cuidados com higiene e aparência. A apatia os atinge de maneira abrupta.
O Alzheimer ainda tem suas causas desconhecidas mas sabe-se que há relações com certas mudanças nas terminações nervosas e nas células cerebrais que interferem nas funções cognitivas. Em meio a tantas incertezas uma se consolida em meio aos cientistas que apóiam-se para uma forma de retardar o aparecimento do Alzheimer – está na educação através de atividades mentais e físicas na juventude e meia-idade. Acreditam que seja uma maneira de aumentar o número e a força de conexões entre os neurônios no cérebro, constituindo numa reserva cognitiva.
Muito pouco tem se avançado no combate ao Alzheimer. Nessa embate que a ciência apenas conjectura meios e suposições de minimizar os efeitos nefastos dessa doença degenerativa pode-se valer-se do que diz Lya Luft que “nesse processo não há nada de bom, de belo, a não ser o exercício da ternura, sem esperar muito retorno”.

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