Pesquisar este blog

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Opinião: H1N1, informações polêmicas


No ano passado o mundo inteiro ficou assustado com um novo vírus. A gripe suína mudou hábitos e costumes, e trouxe muitos temores com as suas possíveis consequências. Ninguém sabia ao certo do que se tratava, mas com informações oficiais da Organização Mundial de Saúde (OMS), todos acabaram temendo pelas decorrências da nova gripe. Não podíamos duvidar das informações, pois era uma organização respeitada no mundo que estava anunciando.
No entanto, nem tudo estava certo. A OMS corrigiu e disse que não se tratava de uma pandemia, e sim uma gripe que, apesar de matar, tinha menos morte que uma gripe comum. Mas, as providencias já haviam sido tomada. Grande parte da população já havia sido vacinada, o álcool gel virou um costume e o medo de ter a nova gripe era evidente.
A informação que tínhamos até há pouco era uma. Depois de todo pânico, já temos outra. A grande informação que chegou às pessoas alarmou todos. Mas era uma informação errada, que assustou e trouxe medo.
Não podíamos prever que a OMS estaria equivocada. Ninguém poderia, mas ela admitiu ter "exagerado". Afinal, depois de tudo isso, em quem confiar quando se trata de saúde? O que fazer quando a principal organização do mundo alarma a população e provoca temor mundial?
Sabemos que uma informação deve ser confiável e verdadeira ,e as consequências delas podem ser grandes. Portanto, quando o assunto é saúde mundial não pode haver tantos erros como os que aconteceram. É preciso ter respeito e consideração com a população, coisa que não ocorreu.
Maurício Araújo

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ciência & Ambiente debate ecologia

A 39ª edição da revista Ciência & Ambiente já está nas livrarias, trazendo uma inovação: a publicação de artigos em língua francesa, além das línguas espanhola e portuguesa.
Às vésperas de completar 20 anos de publicação, a revista, temática,  aborda nesta edição as críticas e perspectivas da teoria ecológica, as reiteradas tentativas de aplicação da ideia ecossistêmica às sociedades humanas, as múltiplas possibilidades de estudo dos sistemas ecológicos, considerando os elementos históricos, o papel da biodiversidade, as variantes genéticas, os padrões estatísticos, entre outros aspectos.
Publicada pela UFSM, Ciência e Ambiente é editada pelo professor Delmar Bressan, do Departamento de Ciências Florestais, que contou com a participação de dois editores convidados para esta edição: Paulo Guimarães Jr., da Universidade de São Paulo (USP) e Pascal Acot, do Centre National de la Recherche Scientifique. São autores: Anne Teyssèdre, Denis Couvet, Dominique Gravel, Elizabeth Baptestini, Isabelle Gounand, Jose Alexandre Diniz-Filho, Julien Delord, Levi Carina Terribile, Márcio Araújo, Marcus de Aguiar, Nicolas Mouquet, Pascal Acot, Patrick Matagne, Paulo Guimarães Jr., Paulo Inácio Prado e Sergio Reis.

Para comprar – A Ciência & Ambiente pode ser encontrada na Livraria da UFSM, localizada no centro comercial do campus (ao lado do posto de combustível), na Cesma (Rua Professor Braga, 55) e na Livraria Anaterra (Rua Dr. Bozano, 329).

Outras informações podem ser obtidas na página www.ufsm.br/cienciaeambiente ou pelo e-mail ambiente@ccne.ufsm.br

Da redação

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Artigo discute uso científico da maconha

Artigo publicado no jornal Zero Hora de hoje, assinado pelo jornalista Marcos Rolim e transcrito aqui na íntegra, face à relevância do assunto.

Maconha, porta de saída?
A epidemia de crack é um dos fenômenos mais sérios na interface entre saúde pública e segurança. O que a faz particularmente grave é a reconhecida dificuldade de superar a dependência química. Pois bem, a Universidade Federal de São Paulo realizou pesquisa com 50 dependentes químicos de crack que foram submetidos a um tratamento experimental de redução de danos. Sob a coordenação do psiquiatra Dartiu Xavier, o grupo foi tratado com maconha. Daquele total, 68% trocou o crack pela maconha. Ao final de três anos, todos os que fizeram a troca não usavam mais qualquer droga (nem o crack, nem a maconha). Anotem aí: todos.
Imaginei que, com a divulgação destes resultados por Gilberto Dimenstein, na Folha de S. Paulo em 24 de maio, haveria grande interesse sobre o estudo. Nada. A resposta ao mais impressionante resultado de superação da dependência de crack no Brasil foi o silêncio. O uso medicinal da maconha tem sido admitido em dezenas de países, inclusive nos EUA. Por aqui, o tema segue interditado pela irracionalidade. É evidente que o consumo de maconha pode produzir efeitos danosos. Sabe-se que o abuso pode conduzir o usuário a problemas de concentração e memória e que em determinadas pessoas o uso está correlacionado à precipitação de surtos esquizofrênicos. Daí a criminalizar seu consumo e impedir experiências destinadas ao uso medicinal vai uma distância que tende a ser percorrida pela intolerância e pelo obscurantismo.
O psicofarmacologista Eduardo Carlini sustenta que o princípio ativo da maconha pode ser útil no combate à depressão e ao estresse. O mesmo tem sido dito por cientistas quanto ao tratamento do glaucoma, da rigidez muscular causado pela esclerose múltipla, ou como apoio aos pacientes com Aids, aos que sofrem do mal de Parkinson e aos que se submetem à quimioterapia em casos de câncer. Estudo da USP com pacientes que ingeriram cápsulas de canabidiol, um dos compostos encontrados na erva, demonstrou resultados positivos no tratamento da fobia social e na redução da ansiedade.
As oportunidades abertas por estudos do tipo, entretanto, assim como a necessária pesquisa, estão impugnadas no Brasil por um discurso preconceituoso e por uma legislação ineficiente e estúpida. Seguimos repetindo que a maconha é “a porta de entrada” para o consumo de drogas mais pesadas, o que pode traduzir tão-somente uma “falácia ecológica” (quando se deduz erroneamente a partir de características agregadas de um grupo), vez que o universo de consumidores de maconha é muitas vezes superior ao grupo dos dependentes de drogas pesadas que se iniciaram pela cannabis. Em outras palavras: é possível que a maconha seja mais amplamente uma opção alternativa às drogas pesadas e não uma droga de passagem. Independentemente disto, é possível que a maconha seja uma porta de saída para a dependência química por drogas pesadas. O que, se confirmado, será uma ótima notícia.