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quarta-feira, 20 de maio de 2015

O papel da geografia climática na saúde


No dia 29 de abril foi lançada na Feira do Livro de Santa Maria, a obra Clima e Percepção Climática, que traça a relação entre a geografia, o clima e a saúde das pessoas. A autora do livro, Maria da Graça Barros Sartori, Doutora em Geografia Física pela Universidade de São Paulo, faleceu em 2014, antes da obra ser lançada. No entanto, deixou seu legado ao professor Cássio Arthur Wollmann, que organizou o livro com o professor e geólogo Pedro Sartori.

O livro foi lançado na Feira do Livro de Santa Maria de 2015. (Foto divulgação)

Cássio conta que desde sua defesa de doutorado, em 2000, a professora Maria da Graça já vinha trabalhando na edição e compilação de seu material. Ele lembra que a maior atuação ocorreu entre 2009 e 2013. ”Quando ela já estava aposentada da UFSM, iniciou todo o processo de criação, não só desta obra, mas de outras que estão por vir. Esta era a mais adiantada de todas, logo, pode ser editada com certa facilidade por parte das pessoas que a amam”, ressalta.

O professor lembra que o livro relata que há cerca de 15 anos, as pesquisas referentes à problemática ambiental aumentaram e destaca as relações entre o homem e o meio ambiente, em todos os seus aspectos. Sendo assim, ele acredita que a climatologia médica busca entender a relação entre as doenças e o estado de saúde do indivíduo, sua relação com o meio ambiente, com a cidade, costumes e a atmosfera que o cerca. “O evitar doenças está ligado ao cuidado que o ser humano tem com sua saúde, com a percepção de seu ambiente e estilo de vida”, reflete.

Para Wollmann, cabe à climatologia médica mostrar os diferentes tipos de tempo e a evolução do clima sobre determinada área, além de apresentar formas de proteção e cuidados, com base em uma pesquisa médica. O editor garante que são várias as doenças causadas pelas alterações climáticas, mas destaca as ligadas ao aparelho respiratório e circulatório, como: asma, bronquite, gripe, pneumonia, renite, alta ou baixa pressão sanguínea. Enfermidades ligadas ao sistema nervoso e psicológico também podem ser decorrentes à sensibilidade ao meio ambiente, porém, o clima pode ser agente de cura em muitos casos.


E quanto à adaptação climática?

Segundo o professor, a humanidade hoje sofre da síndrome da adaptação climática devido à facilidade de deslocamento. As pessoas, no mesmo dia, podem estar em um lugar quente de manhã e, à noite, em um lugar frio. “Compete ao homem a responsabilidade de se proteger da melhor forma, mas nunca poderá isentar todos os efeitos da atmosfera em seu organismo”, alerta.

Da percepção

O professor aproveita para diferenciar os conceitos de percepção climática e percepção de tempo. “Percepção climática é saber, por exemplo, que com base nos sinais da natureza, um verão será mais quente ou um inverno será rigoroso. Percepção do tempo é perceber as diferenças momentâneas na atmosfera e saber que amanhã pode chover ou que ao final da tarde teremos temporais, ou que amanhã fará dia de sol ou chuva”, explica.

Os dois conceitos estão relacionados ao tempo cronológico dos fatos. O clima é mais duradouro, requer observações históricas e conhecimento passado de geração em geração para que se acumule em determinada cultura.

 Luisa Neves e Priscila Martini




3 comentários:

Pedro disse...

Muito bom o texto redigido sobre o lançamento da obra. Novidades estão na página: www.climaepercepcao.wordpress.com.

Pedro disse...

Assunto muito bem abordado na forma de perguntas/respostas. Parabéns!

Daniel disse...

Bela entrevista sobre uma bela obra, não só para Geográfos, mas também para Médicos e população em geral, pois enfoca a relação do clima com vários tipos de doenças.