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quarta-feira, 13 de maio de 2015

“A existência como doença”: a construção do bem estar por meio da psicanálise humanista

           Os transtornos psicológicos sempre afetaram a humanidade ao longo dos séculos. Existem diversas patologias e nomenclaturas que definem as anormalidades de ordem psicológica sofridas pelos seres humanos. O impacto causado gera mudanças na vida e no círculo social que os cercam.

            Tendo em vista as complicações causadas pelos transtornos mentais, o trabalho recém lançado na Feira do Livro de Santa Maria 2015, “A existência como uma doença”, da psicanalista Lurdes Beatriz Fioreze, aborda a relação do ser humano com seu interior e a interação com o mundo exterior.

           A obra segue a definição do criador da psicanálise - no século XIX - Sigmund Freud. "É uma série de procedimentos para a investigação de processos mentais que são quase inacessíveis por qualquer outro modo”. Em dez capítulos, a autora reúne pensamentos de “uma vida toda”, conta Beatriz. A construção e entendimento do mundo que a cerca deu origem a primeira publicação, que tem como temática a existência humana, os males causados pela sociedade moderna e também a relação do ser em seu contexto sociocultural. A experiência pessoal, a interação com seus pacientes e o embasamento teórico em autores como Erich Fromm e Humberto Maturana nortearam a publicação.

            Um dos transtornos mentais mais comuns nos dias atuais é a depressão. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número estimado de pessoas que sofrem com a depressão corresponde a 350 milhões, cerca de 5% da população mundial. A explicação da psicanalista é que “a sociedade consumista é tão perversa que te obriga a ter um comportamento social específico para ser aceito, caso contrário você acaba sendo taxado. As pessoas que não possuem uma estrutura emocional são afetadas mais facilmente”, argumenta.

            A corrente psicanalítica seguida pela autora é a humanista, que tem como criador e principal expoente o psicanalista e filósofo alemão do século passado, Erich Fromm. O psicanalista defendia que a cultura e a sociedade no qual o indivíduo está inserido têm total influência no bem estar do indivíduo.   
            A atuação do profissional da área se dá no momento em que o paciente encontra a necessidade de se reinventar. O canal da mudança é a busca pelo equilíbrio. Essa é a natureza do trabalho da psicanálise humanista. A busca pelo bem estar e as utopias criadas durante a vida, é o que Beatriz entende por “incompletude do ser”. Cada paciente é tratado de forma única porque “a psicanálise trabalha o inconsciente, a linguagem e as expressões que o paciente transpassa”, relata a autora.

            Santa Maria sedia o Instituto de Psicanálise Humanista (ITPH) desde 1997, e é a única organização do gênero no Brasil. O ITPH está ligado a Sociedade Internacional de Psicanálise Humanista de Erich Fromm e oferece a formação de psicanalistas, mestrando e doutorandos a partir de vínculos criados com universidades gaúchas.

            O instituto conta com uma editora própria que lançou a publicação “A existência como doença”, entre outras obras. Também possui um corpo docente com 20 psicanalistas de diferentes estados brasileiros. O espaço também atende a população de baixa renda para tratamentos. Mais informações pelos telefones (55)3222-3238 ou (55)3225-1800.
A psicanalista Lurdes Beatriz Fioreze lançou o livro "A existência como doença" na Feira do Livro de Santa Maria 2015. Foto: Renan Mattos 


Renan Mattos



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