As
apresentações de trabalhos desta manhã quinta-feira, 27 de agosto, no XV Seminário Internacional de Letras
(Inletras), ocorreu em três salas do prédio 16, do conjunto III. Os
projetos foram elaborados por acadêmicos, professores, mestrandos e doutorandos
de universidades de Santa Maria e região.
Dentre os temas abordados, em uma das salas se
destacou a temática literária. O professor de Literatura da Universidade
Estadual de Ponta Grossa, Fábio Augusto Steyer foi o primeiro a exibir seu
trabalho, que se tratava de um estudo feito por ele e um grupo de alunos, sobre
a participação do escritor Gonçalves de Magalhães na formação da identidade
nacional literária, ou seja, o quão foi importante suas obras para que a
literatura brasileira começasse a assumir um caráter nacional, porque
anteriormente, a maioria das obras feitas no país, não abordava nenhum tema de
cunho pátrio. Fábio ainda salienta que Gonçalves de Magalhães foi um dos
pioneiros no romantismo brasileiro e que o autor afirma que a poesia surgiu na
época dos indígenas, chegando a compará-los com os trovadores medievais.
A professora do Centro Universitário
Franciscano, Vera Elizabeth Farias nos apresentou seu trabalho sobre a
Literatura Africana, com o título de Construção
Identitária Ficcional: Cabo Verde de Chiquinho, que se trata de um estudo
sobre a influência da obra do escritor português Baltazar Lopes da Silva,
Chiquinho, na formação da identidade cultural cabo-verdiana. O romance é
considerado uma das mais conhecidas obras de Cabo Verde e marca o início da
literatura do país e temas locais como a cultura crioula, marcando um início de
da revista cultural Claridade, que
fazia parte de um movimento de liberação cultural, social e política da nação.
Já o professor de literatura, Lucas Zamberlan,
nos trouxe um estudo muito atual com o título, Os (não) lugares da São Paulo,
de Luiz Ruffato, a Metrópole Esterilizada. A questão dos não lugares, tratados
pelo professor, se faz referência aos lugares passageiros, ou seja, que possuem
um grande fluxo e pessoas e não se caracterizam por possuir nenhum laço
histórico com a cidade, como por exemplo, aeroportos, rodoviárias, estações de
trem, metros, meios de transporte, hotéis, supermercados e etc. Essa temática
caí no mundo em que vivemos, por exemplo em São Paulo, metrópole rodeada de
prédios, shoppings, empresas particulares, ou seja, nada mais importa, a
história não é mais lembrada, quase ninguém mais faz questão que algo seja
construído no lugar de algo histórico. O não lugar também se remete ao fato de
não se poder distinguir as grandes metrópoles hoje em dia, segundo Lucas, para
quem olha de dentro de um carro ou do alto de um prédio, não saberá decifrar em
qual grande cidade ele está, pois a semelhança entre elas é cada vez mais
gritante.
Por Guilherme Motta
Por Guilherme Motta
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