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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A censura escondida

Um candidato a reeleição ao cargo de governador no estado do Tocantins, é acusado, as vésperas das eleições de 2010, de desviar dinheiro de contrato com prefeituras de São Paulo e Tocantins. A fraude nas licitações atinge um montante de R$ 615 milhões.
O jornal “O Estado de São Paulo” publicou a matéria no dia 18 de setembro, reta final da campanha política, onde o suspeito Carlos Henrique Amorin, conhecido também como Gaguim, aparecia na frente das pesquisas de intenção de voto, disparado do seu opositor José Wilson Siqueira Campos. Acuado, Gaguim tentou censurar os jornais locais e de todo país, de veicular qualquer notícia sobre o esquema. O governador conseguiu uma liminar favorável e durante quatro dias impôs a censura aos meios de comunicação. O caso foi estudado pelas acadêmicas da Universidade Metodista de São Paulo, Rose Maria Vidal de Souza e Malena Araújo Mota, que publicaram o artigo, “CENSURA E POLÍTICA: ELEIÇÕES 2010 NO TOCANTINS E O CONTROLE DA INFORMAÇÃO” no XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom) em Recife, setembro desse ano. Elas abordaram a censura nos jornais, agora, quando a liberdade de imprensa é tão debatida.
Segundo as estudantes, a má utilização do poder político frente a campanhas eleitorais, onde a informação dos cidadãos e a denúncia dos meios de comunicação emergem como ferramenta de combate a este problema na sociedade.  Após o nome do candidato à reeleição, Gaguim, ser exposto em vários veículos de comunicação no país, as pesquisas mostraram uma ligeira queda e um aumento do candidato da oposição, Siqueira Campos, que ganhou a eleição na última semana de campanha política, devido ao escândalo de corrupção ganhar as páginas dos principais jornais do país e expor a imagem de Gaguim.
     De acordo com as pesquisadoras, no meio político, a busca incessante pelo poder, acaba levando políticos e partidos a utilizarem de todos os recursos estratégicos, legais ou não, para conseguir seus objetivos. Quando se esgotam as ferramentas de estratégias da propaganda política, entra em cena as de coersão. O fato ocorrido no Tocantins ganhou repercussão nacional, uma vez que a censura durou quatro dias e foi comparada a época da ditadura militar, com o golpe institucional AI-5. Ficou evidenciado, também que a censura é sempre uma ameaça pronta a estourar na sociedade. O papel que o cidadão desempenha na política é acompanhar a movimentação dos políticos, uma vez que as denúncias e o alerta da comunidade e dos meios de comunicação, ainda é a melhor maneira de combater esse problema chamada censura.

Por Mateus Barreto

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