A quarta edição da pesquisa: Percepção pública da ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil faz um levantamento sobre o interesse da população em
relação a ciência e a tecnologia no país. Na pesquisa de 2015 foram
direcionadas 105 perguntas para a população brasileira com idades a
partir de 16 anos.
Para executar a análise, os resultados
apresentados foram subdivididos. No
interesse em grau de informação por C&T, podemos ver no gráfico apresentado
na pesquisa que os brasileiros estão se preocupando mais com os assuntos referentes a saúde e
ciência e menos com política. De 2010 a 2015 o interesse diminuiu na maioria dos temas, inclusive em C&T que reduziu em 4%. Apenas política e religião se mantiveram com os mesmos resultados. Em 2013 foi realizada uma pesquisa com a União Europeia (EU) na qual traz dados de 53% de interesse da população quando se fala em C&T. O número é menor comparado ao Brasil que tem 61% de pessoas interessadas.
O crescimento da internet e redes sociais vem para colaborar e facilitar o acesso a informação, mas a televisão ainda é o maior meio de comunicação para adquirir informações. Conforme resultados, 21 % dos brasileiros se informam com muita frequência pela TV e 49% com pouca frequência. A maioria dos entrevistados "nunca ou quase nunca" buscam o assunto C&T nos meios de comunicação de massa. O consumo de mídia entre rádio e TV se mantiveram estável na pesquisa. A busca por jornais, livros e impresso em geral diminuiu em 2010 e ainda mais em 2015.
Já o uso da internet aumento o dobro entre 2006 e 2015, de 23% para 48%. A internet ainda não é maior, mas está próximo da televisão com, pois a utilização é mais abrangente entre os jovens. A web, também por ser uma ferramenta plural, é vista como um bom recurso para ter informações do dia a dia e também sobre C&T, sites de pesquisas. jornais, revistas e redes sociais.
As descobertas científicas e tecnológicas são midiatizadas, mas, segundo a pesquisa, cerca de metade dos brasileiros estão satisfeitos com as notícias mostradas pela mídia e 20% consideram que a divulgação é parcialmente satisfatória. Um pouco mais de 20% afirmam que a informação não é satisfatória, tanto na quantidade quanto na qualidade do material exibido no meios de comunicação.
A pesquisa indica alguns motivos para a mídia não mostrar de maneira satisfatória as descobertas tecnológicas.Os dados foram divididos entre TV, internet e jornais impressos. O jornal impresso é o meio mais atingido na questão de quantidade de matérias, 37,4% de material insuficiente, 1,7% mais que a TV. Outro ponto apresentado no estudo são as fontes não confiáveis, na qual a internet se sobressai com 32,1%. A TV e o jornal impresso se mantém com um pouco mais de 20%.
Já, nos quesitos tendenciosidade e conteúdo de má qualidade, a TV concentra 20,7%. O jornal impresso é 0,7% mais em conteúdo de má qualidade do que a televisão.
Os brasileiros estão visitando mais museus, bibliotecas e participam de atividades públicas em ciência. Conforme o estudo, em comparação aos países europeus, os dados ainda são baixos, mas houve uma crescente no país. Entre 2006 e 2015 a participação em feiras de ciências e olimpíadas aumentaram 8% e a visita em museus também cresceu 8%.
É importante salientar que esse aumento é mais forte entre os jovens. As visitas feitas nos zoológicos e em tudo que é relacionado a natureza, alcança cerca de 30% dos brasileiros, até o ano passado. Outra observação significativa, de acordo com a pesquisa, é que o acesso à esses lugares são difíceis e a inexistência destes lugares em algumas regiões.
Perspectivas sobre C&T
De acordo com a análise, desde 1987 cresce o número de pessoas que acreditam que a ciência e tecnologia está associada a benefícios. Hoje essa opinião é da maioria dos brasileiros. A maior parte da população, 73%, acredita que a C&T traz mais benefícios do que malefícios ou só benefícios. Apenas 4% acreditam que os malefícios sejam superiores. Em 2010, os dados em relação a benefícios chegavam a 81%. A pesquisa foi realizada em todas as faixas de renda, escolaridade e em todas as regiões do Brasil.
Os gráficos da pesquisa mostram que o mundo pensa que a C&T traz mais benefícios à humanidade. O Brasil é um dos países mais otimistas e é, em dados, parecido com a China. Nos EUA, por exemplo, são 8% da população que acreditam apenas em malefícios na C&T. Essa referência dos americanos é baixa, mas ainda é superior ao Brasil onde 4% dos brasileiros que consideram malefícios.
Outra perspectiva trazida pelo estudo é o cientista como fonte de informação de confiança. Na escala de atores sociais pesquisados, o cientista ligado às instituições públicas tem nível mais alto de confiança. Logo abaixo do cientista, está o jornalista e o médico. O índice de confiança do jornalista subiu desde 2006 e superou o dos médicos em 2015. O jornalista possui 0,74% de confiança, 0,4% mais que os médicos. Os políticos nesta escala se mantém baixo.
No estudo, os brasileiros acreditam que a C&T proporcionou mais conforto na vida e contribuirá para diminuir a desigualdade social do país, mas mais da metade dos brasileiros vê problemas com a C&T. Metade dos brasileiros acreditam que a ciência e tecnologia não pode eliminar a fome no mundo e concorda que os computadores e automação geram perda de empregos. Mais da metade da população considera a C&T como causadora de problemas ambientais e acham que os cientistas tem conhecimento que isso pode causar perigo a todos.
A maioria dos brasileiros julgam que os cientistas devem expor os riscos com o passar do tempo na C&T e que deveria ter participação popular nas decisões tomadas quando o assunto for ciência e tecnologia.
Ciência e Tecnologia no Brasil
Na pesquisa, é possível ver que desde 1987 a ciência brasileira não crescia quanto ao investimento no campo de pesquisas científicas e tecnológicas. Em 1987 era 59%, depois em 2006 e 2010 diminuíram, 35% e 28% respectivamente. Pela primeira vez, em 2015 aumentou a parcela em que os brasileiros consideram a situação do país como atrasada em 43%.
A maior parte da população, 78% apoia a ideia de que devem ser feitos mais investimentos na C&T.
Uma comparação feita no estudo entre Brasil e outros países, mostra que os americanos acreditam menos que os brasileiros no maior investimento de recursos na ciência. No Brasil, 3% da população considera que deveria diminuir, contra 12% nos EUA. Na Suécia, França e Espanha ficam na média de 40% a favor.
Outro ponto levantado na pesquisa é que os brasileiros consideram que os maiores investimentos devem ser feitos nos medicamentos e tecnologias médicas. Depois em energias alternativas e agricultura. Em menos proporção de investimentos em mudanças climáticas e exploração de recursos da Amazônia.
Uma análise realizada dentro da pesquisa é que são poucas as pessoas que lembram de algum cientista.
Em 2015, 12% dos brasileiros de alguma instituição que fala pesquisa e apenas 6% lembraram de um cientista de nome brasileiro. Esses dados são menores do que em 2010, reduziu 6% em nomes de instituição e nomes de cientistas.
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