O Centro de Gestão e Estudos
Estratégicos (CGEE) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)
realizaram em 2015, mais uma edição da pesquisa: Percepção Pública da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil. Este
estudo tem como objetivos principais realizar um levantamento atualizado sobre
interesses, grau de informações, atitudes, visões e conhecimento dos
brasileiros em relação à Ciência e Tecnologia (C&T).
Essa pesquisa é realizada em
vários países da Europa, Ásia e Estado Unidos. Aqui no Brasil já está na quarta
edição. A primeira foi em 1987, já as de 2006 e 2010 foram mais amplas e
qualitativas. Na edição de 2015 foram entrevistadas 1962 pessoas de todas as
regiões do Brasil. A coleta de dados foi realizada entre os dias 22/12/2014 e
16/3/2015 e teve como base um questionário de 105 perguntas, para toda a
população brasileira com 16 anos de idade ou mais, estratificada por gênero,
faixa etária, escolaridade, renda declarada, com cotas proporcionais ao tamanho
da população, segundo os dados do IBGE.
Segundo dados da pesquisa, 61% dos
brasileiros declaram ter bastante interesse por assuntos de C&T, 56% afirmou
ter interesse em Esportes, 34% assumiu ter interesse em Moda e 28% da população
disseram ter interesse na Política. Os temas correlacionados com a C&T,
como Meio Ambiente e Medicina/Saúde, é muito elevado, com 78% para ambos,
comparável ao interesse por Religião que foi de 75%.
O meio mais utilizado para obter
informações sobre C&T pelos brasileiros é a Televisão, seguidos dos jornais,
revistas, livros, rádio e conversas com amigos. O consumo de informação
científica na TV e no rádio se manteve estável nos últimos anos, entretanto o
acesso em jornais, livros e revistas diminuiu ainda mais em 2015. Porém, o uso
das redes sociais dobrou da pesquisa de 2010 para a de 2015. Cerca de 48% da
população utiliza os meios sociais como fonte de informação.
Os brasileiros ainda não possuem
o hábito de participar de atividades científicas-culturais, como visitar
feiras, museus, bibliotecas, jardins botânicos e afins. Comparado à última
pesquisa o Brasil evoluiu, mas ainda não atingiu os patamares da Europa. Assim
como nas enquetes internacionais, a grande maioria dos brasileiros acredita que
a ciência e a tecnologia trazem mais benefícios do que malefícios para a
população. Segundo dados da pesquisa, a população brasileira avalia como
positivo o avanço tecnológico. Os brasileiros, em sua maioria, confiam nos
cientistas como fonte de informação.
A grande maioria dos brasileiros
concordam que a pesquisa científica é essencial para a indústria, o que tem tornado
a vida mais confortável. Porém, em algumas questões a população tem se mostrado
divididos: a metade dos brasileiros discorda que a C&T ajuda a eliminar
pobreza e fome no mundo e concorda que o uso dos computadores e a automação
geram perda de emprego.
Além disso, eles consideram necessário
o estabelecimento de padrões éticos sobre o trabalho dos cientistas e, que
estes profissionais deveriam expor publicamente os riscos decorrentes da Ciência
e da Tecnologia, pois as pessoas são capazes de compreender o conhecimento cientifico
se for bem explicado.
A pesquisa revelou que o grau de
avanço da ciência brasileira cresceu significativamente de 1987 a 2010,
sofrendo uma retração em 2015. Em 1987 a pesquisa mostrou que 59% dos
entrevistados apontava que a ciência brasileira estava atrasada no campo das
pesquisas científicas e tecnológicas, já em 2006 e 2010 foram 35% e 28% da
população, respectivamente. Agora em 2015, no entanto, pela primeira vez,
aumentou a porcentagem dos brasileiros que considera a situação do País em
pesquisa como atrasada, foram 43% da população. Um dos fatores que a pesquisa
apontou para não haver um maior desenvolvimento na área da Ciência e da Tecnologia,
seria a falta de investimentos por parte do governo.
Confira o questionário da Percepção Pública da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil de 2015.
Confira o questionário da Percepção Pública da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil de 2015.
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