O começo de mais um mês para os trabalhadores
significa dinheiro em conta e compras a fazer. Já para os donos de mercados é sinônimo de filas maiores e carrinhos cheios de compras. Em tempos de
crise, o medo de um aumento de preços faz com que muitos consumidores corram
para os mercados para aproveitarem as promoções.
Produtos com preços reduzidos são muito tentadores,
mas podem conter algumas “surpresas”. É o exemplo dos transgênicos, identificados
por uma pequena letra T nas embalagens. São produtos geneticamente modificados
com o objetivo de melhorar a qualidade e aumentar a produção e a resistência às
pragas, porém, que podem também gerar um desequilibro ambiental pela
proliferação descontrolada de tais alimentos e a quebra da cadeia alimentar
natural com a extinção de certos animais, além do principal temor: as doenças a
longo prazo pelo constante consumo humano.
Polêmico desde o inicio de sua comercialização no
Brasil em 2003, o mais preocupante em relação a esses produtos é que a maioria
dos consumidores desconhece os sinais da existência nas embalagens. Para
comprovar esta teoria, uma rápida pesquisa foi feita em supermercado do centro
de Santa Maria. De oito pessoas entrevistadas entre 18 e 72 anos, apenas uma
conhecia o símbolo da transgenia nos produtos que estava comprando.
Maria Terezinha Bueno, de 53 anos, foi uma das
consumidoras questionadas no momento em que botava litros de óleo de soja em
seu carrinho. Ela é cozinheira há 22 anos e desconhecia a existência de tais
produtos. “Para falar a verdade nem sei o que é isso, e eu que uso bastante
esse óleo de cozinha. Mas acredito que não faça mal, pois deixam vender
normalmente nos mercados.”
Já o funcionário público Marcos Fonseca, de 61 anos,
único entrevistado que conhecia o que estava comprando, afirma que tenta evitar
os transgênicos quando vai às compras. “Para ter aquele símbolo é porque alguma
coisa tem de errado, então procuro fugir deste tipo de produto.”
Neste supermercado, todos os quatro tipos de óleo de
soja eram considerados transgênicos e continham o símbolo. Na distribuição das
mercadorias do setor, apenas os produtos como óleos de canola e girassol não
eram geneticamente modificados.
Mesmo que pequena, a identificação em amarelo nas
embalagens dos produtos, alerta os consumidores mais desavisados. Contrário a
isso, desde 2008, tramita um projeto de lei proposto pelo deputado Luis Carlos
Heinze, do Partido Progressista (PP) do Rio Grande do Sul. A matéria propõe que a informação esteja
apenas em produtos com índice superior a 1% de transgenia na sua composição. A
proposta foi aprovada em abril de 2015 pela Câmara dos Deputados com 320 votos
a favor e 135 votos contrários, ainda precisa passar pelo Senado Federal.
Por Lucas
Amorim, Jean Pimentel e Pedro Henrique Madeira
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