Com o avanço das pesquisas
científicas acerca da psicanálise, periodicamente se faz necessário uma
organização das informações sobre as doenças e sintomas para facilitar
determinados tratamentos. Assim, em meados do século XIX, foi criada a
Classificação Internacional de Doenças (CID).
Trata-se de um sistema utilizado na
codificação de perigos à saúde, inclusive na área da psiquiatria, e tem por
objetivo a busca da padronização internacional de diagnósticos. Dessa forma,
são facilitados o entendimento e a comparação das informações referentes a
saúde utilizadas pelos profissionais da área.
Em artigo publicado na Revista Electrónica en
Salud Mental, Alcohol y Drogas, em 2013, pesquisadores da Escola de Enfermagem
de Ribeirão Preto (SP) questionaram as mudanças que ocorreram no CID da sua
sexta revisão até os dias de hoje nos quadros referentes a transtornos de
humor, esquizofrenia, transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de
substâncias psicoativas.
Desde a criação do CID houveram
mais de dez mudanças que procuraram reagrupar as informações necessárias, de
tal forma que facilite o tratamento necessário para cada tipo de
paciente. Os pesquisadores basearam-se em dados do Sistema de Informações
de Saúde do Sistema Único de Saúde, DATASUS, para investigar se as novas
classificações respeitam o quadro médico do paciente, sem ocorrer em descuidos
que venham a menosprezar sua imagem e se estão devidamente organizadas
obedecendo um padrão que facilite o acesso aos dados.
Durante o levantamento de dados foi
constatado que somente em 1948, a partir da sexta revisão, que as finalidades
das categorias se expandiram passando a incluir doenças não fatais.
Anteriormente, as categorizações só diziam respeito a doenças que causavam
morte do paciente. Nas mudanças que aconteceram da sexta à décima revisão houve
um aumento significativo no número de categorias para classificar tanto
morbidade como mortalidade.
Nesses quadros verificou-se que as
alterações ocorridas no CID acompanharam a trajetória das doenças e transtornos
psiquiátricos de forma que remetem ao preconceito e à exclusão. Também
foi constatado que somente a partir da nona mudança os dados foram organizados
nas suas subdivisões de forma satisfatória evitando, assim, sucessivas
revisões. Desse modo, o entendimento para uso profissional de dados foi
facilitado, tornando-o mais lógico e, consequentemente, evitando que suas
subdivisões recorram ao erro de utilizar de preconceitos para retratar o quadro
do paciente.
Daniel Pinto
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