Estudo realizado por Andressa Tavares Parente, em 2007,
verificou a incidência de malária no Estado do Pará e suas relações com a
variabilidade climática regional. A pesquisadora fez uma análise de uma série
de 35 anos de dados anuais (1970-2005) e 14 anos de dados mensais (1992-2005)
da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) referentes a quatro diferentes regiões
do Pará.
A pesquisa mostra que a variabilidade da chuva na Amazônia
depende de algumas forçantes climáticas. Uma forçante é uma mudança imposta no
balanço de energia planetária que, tipicamente, causa mudanças na temperatura
global. Um diagnóstico mostrou que, em pontos específicos da Amazônia, a chuva
teve uma dinâmica própria de formação. Quando o Oceano Pacífico está muito quente,
atribui-se ao fenômeno El Niño todo o impacto climático regional. Quando está
muito frio, sabe-se que é La Niña que influenciará o clima.
O estudo mostrou a incidência de chuva no Pará e como se
comportaram os índices da malária nos municípios de Anajás, Itaituba, Santana
do Araguaia e Viseu, locais que – historicamente – têm grande incidência da doença
e estão em regiões diferentes com padrões climatológicos de chuva
diferenciados.
Para atingir os resultados, a pesquisadora comparou o Índice
Parasitário Mensal (IPM) e o Índice Parasitário Anual (IPA) dos quatro
municípios com os períodos de maior e menor precipitação.
O fator ambiental foi relevante no estudo da doença, já que a
floresta é o habitat natural do mosquito vetor. O estudo também levantou outros
fatores como o desmatamento, o crescimento populacional e a atividade
garimpeira.
Após a análise dos dados, a pesquisa concluiu que a
intensificação da malária em determinadas regiões da Amazônia está atrelada aos
eventos climáticos gerados pelos oceanos. Nem
sempre a malária está relacionada à chuva, pois a doença pode ocorrer também em
tempos de seca.
Deborah Alves
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