Segundo Manuel Hernando, o século XX será lembrado pela consolidação de uma atividade à qual no passado não foi dada o devido valor: a
divulgação da ciência para o público, o que conhecemos como jornalismo científico;
a comunicação pública da ciência. Porém, segundo ele, isso não quer dizer que tenha começado no
século passado, quando aquela geração não estava preparada para trazer ciência ao público,
ainda que fosse na segunda metade do século XX, quando esta necessidade começou
a se tornar um processo natural nas sociedades industrializadas.
Um dos pioneiros da divulgação da ciência foi Voltaire. Ele compreendeu
que a opinião pública foi a mola propulsora, e proclamou que considera necessárias causas como
a razão, tolerância e liberdade.
Hernando cita nomes bem conhecidos da literatura espanhola
que fizeram ciência popular, entre eles José de Echegaray, que descreveu o
conteúdo dos processos físicos e químicos, e os grandes filósofos da
Espanha: Ortega y Gasset, García Morente, Zubiri Besteiro, promotores de divulgação.
A imprensa também trouxe um espaço positivo para a propagação
da ciência. Conforme cita o autor, no século XXI, descobertas como astronomia, descoberta
da vacina e outros tópicos de informações científicas chegaram ao público através
da continuidade de informação desenvolvida pela imprensa periódica.
Manuel Calvo Hernando |
Manuel Hernando diz que a atual relação entre a ciência e o
jornalismo foi lançada desde o final do século XIX, destinada às classes dominantes. Inicialmente, a explicação da
ciência foi destinada basicamente à aristocracia. O autor lembra que no século
XX, na Espanha, começou uma série de atividades para promover o jornalismo
científico, dentre elas o Primeiro Congresso Nacional de Ciência Jornalistas
(Madrid, 1990), V Congresso Latino-Americano de Ciência Jornalistas (Valência,
1990); Segundo Encontro Internacional Comunicação Pública da Ciência e
Tecnologia (Madrid, 1991). A Associação Espanhola de Jornalismo Científico, com
a ajuda do Conselho Nacional de Pesquisa, promoveu a celebração de cursos, seminários,
simpósios e debates sobre temas dessa natureza.
Assim, o jornalismo científico no mundo é entendido por causa de alguns
fatores básicos, tais como os desenvolvimentos científicos e tecnológicos, por
exemplo, a energia nuclear, a exploração do espaço e o progresso da medicina,
assim como na física, a descoberta de partículas dos segredos da matéria.
Hernando coloca alguns itens para se fazer jornalismo científico, tais como: mostrar sempre
duas ou mais visões sobre uma mesma questão; preparar o público para receber
tais informações; consultar e revisar fontes e dados; consultar fontes escritas
antes da entrevista: documentos de especialistas, enciclopédias, dicionários,
livros, e afins, lembrando que este ramo exige complexidade e entendimento.
Manuel Hernando enfatiza que os obstáculos a uma difusão
melhor e mais ampla da ciência não são cientistas, ou escritores, ou produtores
de televisão, e muito menos a causa é a suposta estupidez das massas. As barreiras
são erguidas pelos os que dirigem os meios de comunicação: editores de jornais,
responsáveis por televisão e rádio, por exemplo, por desprezarem o público e
dar publicidade ao lixo cultural e a propaganda.
“Em última análise, o gênero jornalístico de hoje e de amanhã
é para ser uma nova forma de escrita na linha de "testemunho moral"
do nosso tempo, e com o duplo objetivo de descrever o estado e a evolução da
mudança científica e tecnologia e ao mesmo tempo prevenir o público sobre os
riscos da civilização tecnológica”.
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