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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Programa de Indiozinho

Brincar! Esse é o ofício principal de qualquer criança. Com os curumins (crianças) dos povos indígenas não é diferente, comprovou uma recente pesquisa. Ao percorrer aldeias do país, uma equipe de pesquisadores catalogou brinquedos e brincadeiras que divertem a garotada indígena.

Em entrevista concedida ao site “Ciência Hoje das Crianças”, Maurício Lima, coordenador do projeto Jogos Indígenas Brasileiros, explicou que durante 15 anos, um estudo sobre a ludicidade foi feito com povos do mundo inteiro. Mas ficaram de fora, por exemplo, os países da América do Sul como o Brasil.

Ele teve a idéia de fazer o levantamento dos jogos e brincadeiras dos índios brasileiros durante um encontro em que ficou conhecendo o “jogo da onça e do cachorro”, com o qual os índios Bororos, da aldeia Meruri, no Mato Grosso, se divertem. O jogo é muito parecido com uma brincadeira dos incas (antiga civilização que viveu nos Andes, no Peru) consiste em riscar um tabuleiro no chão e ter em mãos 15 pedras: uma representa a onça e as outras, os cachorros. A onça tem de comer os cachorros enquanto eles a encurralam. Ganha quem capturar mais peças.

Em busca de conhecimento sobre jogos e brincadeiras tradicionais no meio indígena foram visitadas oito aldeias e catalogaram inúmeras atividades. Entre elas, o quebra-cabeça, dos índios Canela, no Maranhão; o jogo de dado, dos Pareci, no Mato Grosso e o jogo da banana, dos Ticunas, no Amazonas.

Além de jogos, a visita às aldeias revelou também brinquedos fabricados pelos próprios índios, como piões feitos de frutas e varas de bambu ou zunidores, que são uma espécie de disco feito com o fundo de uma cabaça (a casca muito dura de frutos); para brincar com o zunidor, basta girá-lo, o disco emite um som próprio. Também feitos pelos índios, os bilboquês são brinquedos formados de uma bola, com um furo no fundo, ligado por uma corda a um pequeno bastão de madeira. Para brincar, basta jogar a bola para o alto e tentar encaixá-la no bastão. Além disso, os pesquisadores encontraram também dobraduras feitas de folhas de uma planta chamada buriti que representam animais e petecas confeccionadas nas aldeias.

Cassiano Cavalheiro

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