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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ecotelhado: um jardim no teto

Os conhecidos Jardins Suspensos da Babilônia que são uma das maravilhas do mundo, já não são mais uma regalia apenas do rei Nabucodonosor. Pensar em um lugar menos poluído, com conforto termo-acústico, junto de um ambiente mais puro e verde e que ainda contribua no combate ao efeito estufa pode parecer utópico. Mas isso é possível com a técnica do telhado verde.
Uma técnica relativamente nova, propicia a troca da telha convencional para uma totalmente feita de plantas e vegetação. A Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (PUCRS) lançou, em setembro último, o projeto denominado Uso Sustentável de Energia (USE) e uma das etapas envolve justamente essa técnica do “teto verde”.Segundo o O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e membro da USE Márcio D’Avila que é importante analisar vários aspectos para escolher o melhor modelo de telhado: “estamos pesquisando diversas espécies de plantas, é importante que elas resistam bem aos períodos de estiagem. As flores também são interessantes para atrair a fauna, como os insetos polinizadores (que aumentam a capacidade das plantas de se reproduzir com mais eficiência)”, explica.
Em Santa Maria a arquiteta Joana Jornada já realizou experiências com telhado verde e afirma que os benefícios vão desde a diminuição da umidade do ar e formação de micro-ecossistemas até um conforto termo-acústico para os moradores da residência: “O método é fácil pois consiste em camadas de manta para não ter umidade, terra com pedras e vegetação”. Porém ela adverte para o cuidado com a aplicação: “É necessário um preparo da capa para receber a cobertura viva, a aplicação de um duplo sistema de impermeabilização além da aplicação de um sistema de drenagem”.
A chance de por em prática esse processo de cobertura ecológica surgiu ainda na faculdade quando Joana tinha interesse por esse tipo de assunto. Segundo ela, os telhados verdes são muitos comuns no Uruguai, mas no Brasil ainda são novidades. Na cidade existe apenas uma casa com essa técnica e foi feita pela própria arquiteta: “ainda no cenário acadêmico, surgiu uma parceria com a Fundação Moã para colocar cobertura verde na casa de um dos participantes da ONG, a partir disso fizemos artigos sobre essa nova técnica”.
A arquiteta, que pretende deixar o teto da sua casa mais verde, acredita que exista um receio dos santa-marienses com a novidade: “O novo causa insegurança, por isso muitas pessoas não adotam novos processos na construção civil”, explica. Ela acredita que muitos vão ver com estudos que muitas universidades têm feito, que o telhado verde é uma boa solução para a economia de energia e para a natureza.

Foto: Agecom/UFSC

Lais Bozzetto

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