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terça-feira, 11 de novembro de 2008

A nova geração da radiologia: a tomografia computadorizada

A idealização da tomografia computadoriza-da decorreu da dificuldade de se documentar uma estrutura oculta dentro da cavidade craniana. Ou seja, a percepção visual dos humanos alcança algo em torno de 16 tons de cinza. O computador apresenta um espectro de 256 tons. E o corpo humano tem um espectro de 2000 unidades Hounsfield (UH). Assim, é impossível diferenciar em uma imagem todo o espectrum de densidades. Para solucionar o problema, foi escolhido uma faixa de apresentação de tons de cinza que privilegia grandes ou pequenas diferenças.
As dessa nova tecnologia se referenciam em instrumentos matemáticos de reconstrução de um objeto por múltiplas projeções, utilizadas desde a primeira metade deste século, principalmente em astronomia.

A invenção do método é atribuída a Hounsfield, um engenheiro inglês da empresa E.M.I., que iniciou seus trabalhos no final da década de 60 e, em 1973 apresentou os primeiros resultados clínicos com o neurorradiologista Ambrose, num congresso radiológico.


O sistema

Pode –se dizer que o processo é o mesmo do usado nos carrinhos de autorama, onde a energia elétrica é transmitida pelas “escovas que fazem o contato do carrinho com a pista. A partir deste avanço, os equipamentos puderam realizar cortes mais rápidos e permitiram o chamado corte helicoidal. Nesta técnica, a ampola gira e emite RX ao mesmo tempo em que a mesa é deslocada, sendo a imagem obtida a partir de uma espiral ao invés de um círculo. A apresentação da imagem não muda, entretanto. Continua-se a fotografar uma fatia circular. O que ocorre é que o computador encaixa parte da imagem de uma espiral com parte da seguinte. Forma-se a partir uma imagem como a do corte circular.


Dúvidas

O que muda então com a técnica espiral? Primeiro existe um ganho em velocidade. Segundo, existe um ganho ao se realizar uma série de cortes durante uma apnéia, pois, não havendo movimento respiratório a reconstrução é muito melhor. Imagine a reconstrução sagital ou coronal como uma pilha de moedas (os cortes axiais) que se pode “cortar” de cima para baixo. Na técnica helicoidal não existe desalinhamento entre os cortes, provocados pelas pausas respiratórias. Assim, as reconstruções são muito melhores, em especial a dos vasos.
O avanço mais marcante com a técnica helicoidal ocorreu no nível do abdome e tórax, devido ao impacto da técnica sobre a dificuldade de se lidar com a movimentação respiratória. No SNC ela é somente usada em situações onde existe problemas com movimentação, como em estudos de pediatria, por exemplo.


Desenvolvimento da Tomografia Computadorizada

1917 – J.Radon : desenvolveu o instrumental matemático para a reconstruçao de um objeto a partir do conjunto de suas projeções (teoria gravitacional)

1961- Oldendorf e 1963- Cormack: desenvolveram o conceito de TC em modelos de laboratório

1967 – Hounsfield começa a trabalhar no projeto do TC

1968 – Kuhl e Edwards construiram um scaner mecânico em medicina nuclear

1971 – Começam os estudos clínicos com TC, juntamente com Ambrose

1973 (abril) - Apresentação dos resultados no Annual Congress of the British Institute of Radiology

Fonte: Professor de Física da Unifra, Antonio Vicente Lima Porto.

2 comentários:

Unknown disse...

Sou estudante desta área, da UFSM. Não é nenhuma novidade, a aproximadamente 20 anos se utiliza a CT(Computer Tomography), no entanto a abordagem dessa matéria não traz nada de novo neste meio. Existe milhares de técnicas novas utilizando a TC como instrumento que se pode abordar, no entanto, neste texto não achei nada interessante....

Residente em Radiologia

Blog disse...

Obrigada por sua participação Emanuel. Sugira a pauta ou o ângulo que você gostaria de ver abordado aqui.