A mídia tem um papel importante na disseminação da ciência
por abranger o maior público. A população tem acesso a informação por meio dos
veículos midiáticos, neste caso, o papel do jornalista é fundamental para
mediação da relação entre o cientista e o público geral. O resultado do
contrato entre o repórter e o cientista nem sempre é satisfatório, por inúmeros
motivos, entre eles, a linguagem difícil e técnica dos cientistas, a distorção
de alguns dados ou fatos por parte do repórter, mas o que não pode se negar é
que, essa relação deve existir para que as pessoas fiquem informadas acerca da
ciência.O professor e
coordenador da pós-graduação de Meteorologia da UFSM conversou com os alunos do
sexto semestre do curso de jornalismo do Centro Universitário Franciscano a
respeito da cobertura que a mídia fez em alguns temporais. Segundo Ernani Lima
Nascimento, “a mídia também ajuda a ciência, mas é preciso separar o ‘o joio do
trigo’, pois a mídia trabalha com relatos da defesa civil e de pessoas, mas
pouco utiliza fontes cientificas para explicar fenômenos climáticos”.Nascimento também falou que a rapidez e a pressão que os veículos midiáticos
exigem dos repórteres colabora para que aconteçam alguns erros, ou que as
informações acerca de determinados assuntos cheguem de maneira sucinta ou
nivelada ao receptor.Quando
o assunto é saúde, as vezes essa relação entre os veículos de comunicação e os
médicos ou cientistas pode ficar tensa. Em entrevista dada ao blog do Chico
Sant’anna, o superintendente regional da Fiocruz em Mato Grosso do Sul, Rivaldo
Venâncio, disse que as vezes a mídia faz sensacionalismo quando trata alguns
fatos, e que isso, pode gerar algum tipo de pânico na população. Segundo
Venâncio nem sempre o assunto que é tratado em determinado momento tem a relevância
necessária para a população, ou a abordagem da mídia feita sobre determinado
fato faz com que a população entenda e reaja de uma maneira diferente o que
realmente está acontecendo no momento.Outro
fator que pode fazer essa relação entre cientistas e a mídia não ser as
melhores, é a distorção de algumas colocações dada pelos jornalistas. Essa
questão é delicada e exige, também, um preparo do repórter para não cair em
armadilhas e acabar divulgando coisas que não são verdadeiras. O professor Ernani
fala que essas distorções acontecem porque os comunicadores precisam passar as
informações de maneira clara para a população, por isso precisa simplificar o
que o especialista quer dizer. Outra explicação que o professor deu para isso é
a linguagem rebuscada usada pelo especialista, que acaba dificultando o
entendimento entre o repórter e o cientista.Embora
tenha essas diferenças entre a mídia e a ciência, o fato é que a ciência
depende da mídia para divulgar os fatos, pelo menos se quiser uma
abrangência maior, e que mais pessoas fiquem sabendo. E a mídia com o passar
dos anos vem se interessando mais sobre o assunto. Venâncio disse que “falta uma comunicação
mais intensa entre profissionais da saúde e profissionais da imprensa”. Segundo
ele, é preciso que os profissionais da saúde tenham conhecimento do dia a dia
do profissional da comunicação e o jornalista entender a rotina dos
profissionais da saúde. A partir desta relação, a mídia fará uma melhor
cobertura e divulgação acerca da ciência.
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