No dia 29 de abril foi lançada na Feira do
Livro de Santa Maria, a obra Clima e Percepção Climática, que traça a relação
entre a geografia, o clima e a saúde das pessoas. A autora do livro, Maria da
Graça Barros Sartori, Doutora em Geografia Física pela Universidade de São Paulo,
faleceu em 2014, antes da obra ser lançada. No entanto, deixou seu legado ao professor
Cássio Arthur Wollmann, que organizou o livro com o professor
e geólogo Pedro Sartori.
O livro foi lançado na Feira do Livro de Santa Maria de 2015. (Foto divulgação) |
Cássio conta que desde sua defesa de
doutorado, em 2000, a professora Maria da Graça já vinha trabalhando na edição
e compilação de seu material. Ele lembra que a maior atuação ocorreu entre 2009
e 2013. ”Quando ela já estava aposentada da UFSM, iniciou todo o processo de
criação, não só desta obra, mas de outras que estão por vir. Esta era a mais
adiantada de todas, logo, pode ser editada com certa facilidade por parte das
pessoas que a amam”, ressalta.
O professor lembra que o livro relata que
há cerca de 15 anos, as pesquisas referentes à problemática ambiental
aumentaram e destaca as relações entre o homem e o meio ambiente, em todos os
seus aspectos. Sendo assim, ele acredita que a climatologia médica busca
entender a relação entre as doenças e o estado de saúde do indivíduo, sua
relação com o meio ambiente, com a cidade, costumes e a atmosfera que o cerca.
“O evitar doenças está ligado ao cuidado que o ser humano tem com sua saúde,
com a percepção de seu ambiente e estilo de vida”, reflete.
Para Wollmann, cabe à climatologia médica
mostrar os diferentes tipos de tempo e a evolução do clima sobre determinada
área, além de apresentar formas de proteção e cuidados, com base em uma
pesquisa médica. O editor garante que são várias as doenças causadas pelas
alterações climáticas, mas destaca as ligadas ao aparelho respiratório e
circulatório, como: asma, bronquite, gripe, pneumonia, renite, alta ou baixa pressão
sanguínea. Enfermidades ligadas ao sistema nervoso e psicológico também podem
ser decorrentes à sensibilidade ao meio ambiente, porém, o clima pode ser
agente de cura em muitos casos.
E
quanto à adaptação climática?
Segundo o professor, a humanidade hoje
sofre da síndrome da adaptação climática devido à facilidade de deslocamento. As
pessoas, no mesmo dia, podem estar em um lugar quente de manhã e, à noite, em
um lugar frio. “Compete ao homem a responsabilidade de se proteger da melhor
forma, mas nunca poderá isentar todos os efeitos da atmosfera em seu organismo”,
alerta.
Da
percepção
O professor aproveita para diferenciar os
conceitos de percepção climática e percepção de tempo. “Percepção climática é
saber, por exemplo, que com base nos sinais da natureza, um verão será mais
quente ou um inverno será rigoroso. Percepção do tempo é perceber as diferenças
momentâneas na atmosfera e saber que amanhã pode chover ou que ao final da
tarde teremos temporais, ou que amanhã fará dia de sol ou chuva”, explica.
Os dois conceitos estão relacionados ao
tempo cronológico dos fatos. O clima é mais duradouro, requer observações
históricas e conhecimento passado de geração em geração para que se acumule em
determinada cultura.
Luisa Neves e Priscila Martini
3 comentários:
Muito bom o texto redigido sobre o lançamento da obra. Novidades estão na página: www.climaepercepcao.wordpress.com.
Assunto muito bem abordado na forma de perguntas/respostas. Parabéns!
Bela entrevista sobre uma bela obra, não só para Geográfos, mas também para Médicos e população em geral, pois enfoca a relação do clima com vários tipos de doenças.
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