Considerada a sétima arte, o cinema
surge para o mundo no final do século XIX, graças a invenção de Auguste e Louis
Lumière, mais conhecidos como irmãos Lumière. Com a popularização das produções
cinematográficas, os filmes chegaram até as instituições de ensino com um grande
potencial educacional.
No dia 03 de maio de 2015, o Doutor
em História, Diorge Alceno Konrad, juntamente com o professor e pesquisador de
história e cinema, Alexandre Maccari Ferreira e o Doutor em Comunicação,
Rogério Ferrer Koff, lançaram o livro "Uma História a cada Filme - Ciclos
de Cinema Histórico Volume 4" com o intuito de aproximar cinema, pesquisa
e extensão, propondo que o leitor trilhe os caminhos da sétima arte no nosso
cotidiano.
Para professores e especialistas, o cinema tem muito a contribuir para a formação intelectual em todas as etapas do ensino. Foto: Fritz Rivail |
Dentro de ambientes de ensino, o cinema pode ser utilizado como ferramenta pedagógica auxiliando o professor no processo de ensino. Segundo Konrad, o cinema sempre terá muito o que contribuir para a formação crítica em ambientes de ensino, porém, isso depende muito do educador. "O professor tem que ter o domínio do conhecimento e do próprio filme, seu contexto e suas diretrizes e narrativas, para, assim, fazer do cinema em sala de aula um instrumento sobre a realidade ou o processo histórico", afirma. O pesquisador também ressalta que o cinema serve como referência em sala de aula, desde que, como qualquer outro recurso didático, seja problematizado e não apenas assistido.
Para Alexandre Maccari, o cinema pode contribuir não apenas nas questões que
envolvam as ciência sociais e humanas, mas em qualquer disciplina. "Penso
que a experiência de treinar o olhar, 'ver o mundo com outros olhos', passa
necessariamente pelo desenvolvimento de um senso crítico que se trabalha nos
diferentes níveis de ensino e que se leva para a vida, onde continua se
desenvolvendo o olhar, não apenas para filmes, mas para quaisquer audiovisuais
e imagens". O pesquisador ainda afirma que o filme não deve ser encarado
como um retrato de um contexto histórico. "Penso
o universo cinematográfico como um espaço repleto para estudos. Ainda, assim, entendo que os filmes trazem mais uma interpretação e uma representação da
realidade do que exatamente um retrato de realidade", ressalta.
Em instituições de ensino básico é comum ver a
classificação de filmes. Segundo os organizadores de "Uma Historia a cada filme", essa
classificação é um ponto reducionista no que diz respeito aos filmes. Para
Diorge, todo filme tem seu potencial educativo, alguns mais, outros menos, o
que leva o professor a optar por aqueles que podem ser instrumentalizados. "O
limite, desta forma, é dado pelos sujeitos do processo educacional, os
educadores e os educandos, de acordo com a concretude da vida dos mesmos, seja
pro faixa etária, classe social, interesse político ou cultural, recursos metodológicos
ou pedagógicos", finaliza.
Em suma, o cinema não pode ser visto como um mero
passatempo e muito menos rotulado quanto ao seu nível educacional. O cinema é
arte, entretenimento e ciência, que possibilita uma ampla abordagem de
temáticas e valores que podem ser debatidos e refletidos de acordo com as
necessidades, sejam elas contemporâneas ou não.
Luiz Gustavo Mousquer de Oliveira
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