A
inclusão da música no ambiente escolar, além de valorizar o conteúdo, ajuda a
desenvolver a mente, o raciocínio e a concentração. Sons, ritmos, timbres e
intensidades distintas ajudam a estimular o cérebro. O livro Educação Musical e Pedagogia: pesquisas,
escutas e ações, aborda essa questão.
Uma
das autoras, a professora e pedagoga Cláudia Bellochio, comenta que “a música é
um conhecimento que potencializa o desenvolvimento”. Para ela, a música na sala
de aula é uma forma de se comunicar. “Sempre foi um elemento mediador das
relações entre ensinar e aprender, mesmo quando não tem uma linguagem constituída
de letras”, afirma.
A
autora ressalta a importância do profissional da área da pedagogia para
conduzir aulas com música. “Lutamos para a inserção da formação musical na
pedagogia porque o profissional vai trabalhar com a criança, e a criança é
musical. Ela leva a música para dentro da escola e, muitas vezes, o professor
não tem a formação. Ele sequer sabe reconhecer essa linha de contato com seu
aluno como algo potente para a continuação do processo de escolarização,” afirma
a autora.
A
educadora especial Juliane Corrêa, conta que a inserção de música no
aprendizado de crianças que possuem necessidades especiais também é muito
importante. “As crianças têm dificuldades de aprendizagem, não conseguem
aprender de maneira tradicional. Elas precisam de técnicas e metodologias. Então,
ao invés de contar para ela uma história lendo, contamos uma história
sonorizando”, explica. De acordo com a educadora, ao invés de fazer uma
brincadeira para a criança adquirir tons no seu corpo, deve-e fazer uma
atividade musical para ela adquirir esses tons.
A
música deve receber mais espaço nas salas de aula, pois ela tem grande
capacidade de auxiliar no ensino, além de beneficiar a relação familiar. Corrêa
exemplifica um caso de um aluno com autismo: “o pai toca teclado, mas nunca investiu
no filho porque acreditava que nunca iria aprender, mas o menino ficava perto
do pai observando. Quando percebi isso levei um teclado para aula e deixei que
ele explorasse o instrumento. Quando o pai percebeu que ele conseguia tocar
algumas notas, ele começou a ensinar seu filho e a relação entre eles
melhorou”.
Músicas,
sons e ruídos têm seus benefícios. Cabe ao profissional saber a melhor maneira
de aproveitá-los. Para isso, vale a busca por conhecimento de como inserir essa
metodologia de modo correto na sala de aula, pois todos são beneficiados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário