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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Morre aos 100 anos o antropólogo Claude Lévi-Strauss

Morreu na noite de sábado, 31 de outubro, o antropólogo e etnólogo Claude Lévi-Strauss, às vésperas de completar 101 anos de idade. A notícia foi divulgada ontem, 03, pela Academia de Ciências Francesa.

Nascido em novembro de 1908, na cidade de Bruxelas, o francês foi um dos maiores nomes da antropologia, exercendo influência decisiva na evolução desta área científica durante o século XX.Contribuiu para o advento do estruturalismo – corrente de pensamento que procura identificar nos fatos de natureza simbólica as formas invariáveis que existem em diferentes conteúdos. Assim, sua obra acabou por influenciar todas as ciências sociais. A ele é atribuído o papel de precursor do nascimento do movimento ecologista.

Um dos maiores gênios do pensamento social, sua primeira bomba intelectual foi a interpretação do tabu do incesto. Após refutar as tentativas de explicação acerca da universalidade do incesto, ele encarou o fenômeno como a primeira projeção simbólica que separaria natureza de cultura. Esse pensamento dentro da antropologia representou um deslocamento das interpretações funcionalistas até então existentes. Na década de 30, realizou no Brasil seu único trabalho de campo. Lecionou etnologia na recém-fundada Universidade de São Paulo, e depois seguiu para o Centro Oeste brasileiro. O clássico Triste Trópico, que narra toda a experiência no Brasil, merece ser considerado não só um clássico da Antropologia, mas da Literatura. O estruturalismo por ele inaugurado foi dominante durante toda a segunda metade do século XX. A prosa de Levi-Strauss, extremamente prodigiosa, divide a história da antropologia em antes e depois dele.

Foto e fonte

Gilkiane Cargnelutti

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