O chimarrão é um dos maiores símbolos do tradicionalismo gaúcho. Com freqüência pode-se ver gaúchos com cuias térmicas no local do trabalho, na aula, ou carregando mateiras em lugar de passeio. Uma boa notícia para os mais tradicionalistas: o que era costumeiro ser feito por tradição pode tornar-se um hábito para cuidar da saúde.
A cardiologista Vera Portal está desenvolvendo uma pesquisa sobre os benefícios da erva mate e do chá verde para a saúde. Com a pesquisa ela pretende mostrar que tomar chimarrão melhora o colesterol ruim, reduz a massa gorda e os níveis de açúcar no sangue, diminui o peso corporal, melhora da resposta inflamatória do organismo e do fluxo sangüíneo nas artérias coronárias.
O cardiologista Alexandre Alves alerta que se deve estar atento aos efeitos colaterais. Por possuir cafeína, o chimarrão em excesso pode causar palpitações. Cada pessoa deve saber o limite de ingestão dessa bebida, porque cada um tem sensibilidade diferente. Para alguns, alguns goles são o suficiente para acelerar o coração.
Alves também explica que existe uma substância na erva mate, o benzopireno, que também é encontrado no cigarro, que pode ser uma substância cancerígena. Mas a quantidade na erva mate é muito pequena e a pessoa deverá ter uma predisposição para desenvolver câncer. E é constatado mais casos de câncer na faringe nos lugares onde é costume tomar chimarrão muito quente – nesse caso, a doença é desenvolvida por causa da temperatura elevada.
O estudo sobre os benefícios do chimarrão e da erva mate está sendo feito no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, sob a coordenação da médica Lucia Pellanda. Os primeiros resultados da pesquisa deverão sair em março do ano que vem.
Por Beatrice Witt
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