Pesquisar este blog

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Inovação, sustentabilidade e crescimento para Santa Maria

Projeto desenvolvido na UFSM estuda novos meios de geração de energia
sustentável e apoia empresas do setor eletroeletrônico na região


Desde 2007, o Grupo de Eletrônica de Potência e Controle do Centro de Tecnologia, GEPOC-CT, da Universidade de Santa Maria desenvolve pesquisas sobre as diferentes formas de energia através de fontes renováveis. Em agosto de 2012, o grupo de pesquisa instalou a Usina Solar Fotovoltaica no Centro de Tecnologia através dos recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
O GEPOC teve como objetivo inicial, a orientação de alunos do curso de Engenharia Elétrica através da iniciação científica e também na consultoria de empresas da região. Em sua origem, em 1987, o grupo contava com apenas dois docentes. Atualmente, o corpo docente é formado por doze doutores pesquisadores, sendo que seis possuem bolsa de produtividade (PQ) do CNPq.
A infraestrutura dos laboratórios cresce gradativamente com o apoio da UFSM/PPGEE e de órgãos de fomento como CAPES, CNPq, FINEP e FAPERGS, bem como de recursos oriundos de projetos de pesquisa e desenvolvimento realizado junto a empresas do setor eletroeletrônico. Além de biblioteca, sala de estudos, laboratório de informática, secretaria, almoxarifado e sala de professores, o GEPOC conta também com uma área de 800 m² para a instalação de painéis fotovoltaicos.
Uma das principais linhas de pesquisa em curso no GEPOC é o da Energia Solar Fotovoltaica. A energia fotovoltaica, que é a conversão de energia solar em eletricidade, ganha cada vez mais espaço entre as fontes tradicionais de geração de energia. Uma das vantagens da fonte dessa fonte de energia é a grande redução de custos para a instalação.

Representação de um sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica.
Inversores
A Usina Solar Fotovoltaica instalada na UFSM se encontra no Centro de Tecnologia, onde os painéis ficam no teto do anexo B do CT, fornecendo energia para a instituição o tempo todo. Em caso de testes, o sistema é desligado, na qual é configurado para testar, principalmente, inversores, sendo que seu circuito de proteção é totalmente seguro, pois se desarma no caso de risco. No horário de pico dos prédios públicos, é quando a usina produz mais energia, sendo uma vantagem para a universidade.
Equipe do GEPOC: professores José Renes Pinheiro (esquerda)
Leandro Michels (centro), Lucas Vizzotto Bellinaso (direita)
Por Matheus Christo


Um sistema fotovoltaico é normalmente composto de módulos fotovoltaicos (painéis), de um inversor, de equipamentos de montagem e dispositivos de segurança e proteção. Os módulos fotovoltaicos, fabricados com semicondutores, geram tensão contínua nos terminais de saída. O inversor é responsável por converter essa tensão contínua em corrente alternada, capaz de ser fornecida à carga ou à rede elétrica. Para realizar essa conversão, são utilizados semicondutores de potência operando em alta frequência, normalmente controlados através de microprocessadores. O sistema completo necessita se adequar a diversas normas técnicas, para garantir a segurança dos usuários, proteção dos equipamentos e qualidade de energia.


Os sistemas fotovoltaicos são capazes de gerar energia elétrica através das chamadas células fotovoltaicas, que são feitas de materiais capazes de transformar a radiação solar em energia elétrica. 
O professor do curso de Engenharia Elétrica e tutor da Incubadora Tecnológica de Santa Maria, Leandro Michels, explica o quanto são resistentes os materiais e a instalação dos painéis: “Os materiais para os módulos de fotovoltaico são de alta resistência. Os equipamentos são feitos para ambientes severos. As estruturas que são adequadas para o fotovoltaico, têm que ser em alumínio e aço inox. O sistema é para durar 30 anos. ” Segundo  Michels, a estrutura e o equipamento tem longa duração e basta manter o sistema funcionando com manutenção básica, como limpeza semestral.
O trabalho do GEPOC não é apenas focado na inovação de tecnologias e sustentabilidade, um dos objetivos do grupo é o incentivo e a motivação de acadêmicos da própria UFSM a empreender na região. O próprio Michels é orientador de uma empresa que está em crescimento em Santa Maria e está instalada na Incubadora Tecnológica de Santa Maria. A Sonnen Energia iniciou suas atividades no final de 2012 a partir da pesquisa de doutorado do atual diretor técnico da empresa, Renan Diego de Oliveira Reiter.
Em entrevista com o ex-sócio e fundador da Sonnen, atualmente professor da UFSM, Lucas Vizzotto Bellinaso, a oportunidade de criar a empresa surgiu com a resolução normativa 482 de 17 de abril de 2012 da ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica, que permite a instalação em casas dos módulos fotovoltaicos. Bellinaso e o Reiter decidiram criar a empresa após descobrir que não havia empreendimentos na região que soubesse projetar o sistema. Além da Sonnen, o professor Bellinaso conta que também foi criada a empresa SolarFix que já possui um espaço próprio e na qual o seu serviço é destinado para montagens de estrutura de fixação de painéis. A ideia da SolarFix veio de entrar em um seguimento que não havia no Brasil. As estruturas de alta qualidade só poderiam ser importadas, agora são fabricadas aqui em Santa Maria e exportadas para todo o país.

Para Michels, os professores devem motivar aos seus alunos, não apenas, para a produção acadêmica, mas empreender também. Ele reforça que as instituições de ensino não devem apenas incentivar os alunos para a produção de conteúdo, mas transformar o seu conhecimento em realidade. “É pegar o conhecimento gerado na universidade e melhorar a sociedade. A nossa contribuição é conseguindo agregar valor, geração de renda e melhoria de qualidade de vida através do conhecimento econômico. É o nosso métier.”

Nenhum comentário: