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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Do dicionário gaúcho à análise de notícias em órgãos oficiais

As apresentações de trabalhos desta quarta-feira, 26, no XV Seminário Internacional de Letras (Inletras), aconteceram em três salas do prédio 16 do conjunto III do Centro Universitário Franciscano. Os papers foram apresentados por acadêmicos, mestrandos, e doutorandos de universidades de Santa Maria e de fora da cidade.
Os artigos abordaram todas as formas de comunicação, desde “dicionário gauchesco” até descrição de análise de do artigo de opinião veiculado ao jornal Zero Hora. 
Entre as pesquisadoras que apresentaram trabalhos hoje, destaca-se, o trabalho da Damaris Heidi Cristobal Suvderlan, que é de nacionalidade peruana e faz pesquisa na Universidade Federal de Santa Maria. Damaris fez uma análise dos sentidos das palavras “desenvolvimento” e “progresso” em notícias oficiais nos órgãos de desenvolvimento social dos governos peruano e brasileiro.
No trabalho, a pesquisadora busca compreender o significado de ambas as palavras, e o contexto em que elas estão inseridas. Ela explica que escolheu apenas essas duas palavras, e ignorou os seus sinônimos pelo fato de que a pesquisa ficaria muito extensa, tendo em vista que as palavras “progresso” e desenvolvimento” são as mais utilizadas. Ao trabalhar a semântica –significado- de processo e desenvolvimento, a pesquisadora, descobriu que ambos os termos são inseridos sob óticas diferentes dentro do texto, mas com o mesmo significado.
Outro trabalho que também chamou a atenção de quem esteve presente, foi o da acadêmica do quarto semestre do curso de Letras da Universidade Federal de Santa Maria, Gabriela Eckert Pereira, a estudante fez uma descrição e análise do artigo de opinião veiculado no jornal Zero Hora, do grupo RBS. Ela se deteve em analisar alguns temas como: redução maioridade penal, o uso de animais em rituais religiosos. Na análise a acadêmica buscou verificar que termos foram utilizados para construção dos argumentos, e de que modo os autores fizeram seus artigos de opinião. Ela também se utilizou de semântica para analisar os termos utilizados pelos especialistas em seus discursos.
Uma questão abordada pela pesquisadora Thainara Petri Rodrigues foi a questão do dialeto gaúcho, isto é, expressões que usamos para se comunicar em determinada região, mas que se faladas em alguma outra parte do Rio Grande do Sul troca totalmente o significado. Thinara então, decidiu fazer um dicionário com alunos do ensino fundamental de duas escolas de cidades da fronteira do estado, São Borja e Itaqui. Ela conta que decidiu pegar essas duas cidades pela questão da grande influência da língua espanhola no dialeto das pessoas: “pegamos palavras que as pessoas costumam dizer nestas cidades, e avaliamos a origem da mesma, depois disso, perguntamos para os alunos o significado dos termos apresentados por eles, e construímos um dicionário”. Conforme Rodrigues, o dicionário ainda não está à venda, mas em breve será disponibilizado na forma online e impressa.


Por Pedro Corrêa

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