Psicologia Positiva: novos rumos para os estudos em busca do bem-estar psíquico

Conferência de abertura do XVIII SEPE. Foto Luana Iensen

por Luana Iensen Gonçalves

A XVIII edição do Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão (SEPE) do Centro Universitário Franciscano iniciou hoje e apresenta novidades em relação às edições anteriores. As conferências do SEPE foram distribuídas nos meses de maio, junho, agosto, setembro e outubro a partir da temática “Ciência e Interação pela Vida”.
Nesta manhã de primeiro de outubro, na abertura oficial do evento, o professor e doutor Luis Augusto Paim Rohde, da UFRGS, proferiu a conferência O que interessa as pessoas: ausência de doença mental ou ampliação do bem-estar psíquico?, que teve a coordenação da professora e também doutora Carina Rodrigues Boeck, do Centro Universitário Franciscano.
Rohde, estudioso da área do TDH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) e psiquiatria infantil e adolescência, com um grupo de cerca de 50 profissionais, iniciou também uma pesquisa relacionando essas áreas com a Psicologia Positiva (PP) em busca dos determinantes de bem-estar e felicidade. Ele explica que essa Psicologia Positiva iniciou com Martin Seligman,  como uma mudança de perspectiva: ao invés de apenas estudar as doenças psiquiátricas, também entender os  diferentes desenvolvimentos do bem-estar e felicidade. O quê, de acordo com Rohde, vai ao encontro daquilo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) define como saúde. Ou seja, não é a ausência de doenças, mas sim um estado completo de bem-estar físico, mental e social.

Nos estudos da PP, os pesquisadores buscam compreender os componentes do bem-estar: o eudaimônico e o hedônico. Este é relacionado às emoções positivas do ser humano e suas variações conforme o momento da vida. Já o eudaimônico é a pessoa ter um projeto de vida e se engajar nele, conseguir construir uma sensação de preenchimento das suas potencialidades. 
Para entender como se manifestam esses fatores, os estudiosos da PP, consoante Rohde, afirmam que ela integra três domínios: a vida prazerosa (o que sentimos); a vida engajada (imersão nas atividades), e a vida com significado (o sentimento de pertencer e servir a algo que acredita ter um sentimento maior).

Mesmo sendo um campo de pesquisa novo, o conferencista afirma que os estudos já feitos mostram o elo desses domínios como a construção do bem-estar do ser humano. Um exemplo que ele citou é que mensagens postadas no twitter geralmente na sexta e sábado possuem conteúdo mais alegre e feliz, assim como as mensagens publicadas pelo turno da manhã. Já ao longo do dia e proximidade da noite, os conteúdos já não são mais tão bem-humorados. O que evidencia o momento que estamos vivendo como modificador do nosso humor.