A cada ano o número de estudos científicos despublicados
no Brasil e no mundo aumenta devido a algum tipo de fraude. Forjar dados e
plagiar trabalhos alheios são as incidências de fraudes mais comuns entre
estudos e pesquisas. A ganância e a ambição por novas propostas de trabalho e
avanço na carreira levam os cientistas a querer publicar a qualquer custo,
como ocorreu nos casos tratados nesta reportagem.
Encabeçando a
lista dos trabalhos científicos fraudulentos de 2012, aparece Hisashi
Moriguchi, que alegou ter avançado sobre a tecnologia de uma pesquisa ganhadora do prêmio Nobel, do biólogo Shinya Yamanaka que fez a descoberta de células adultas reprogramadas para voltar a
um estágio inicial. Moriguchi anunciou que a sua
descoberta possibilitava a cura de falências cardíacas terminais. Logo após o
anúncio, as Universidades de Harvard e de Massachusetts, dos EUA, alegaram que
Moriguchi não havia utilizado as instalações das universidades, como haveria
relatado em sua publicação. Como resultado, o fraudador perdeu o emprego na
Universidade de Tokyo.
O psicólogo holandês
Diederik Stapel virou o queridinho da mídia ao apresentar pesquisas
comportamentais. Ele afirmava que o fracasso poderia servir como motivação para
o sucesso, por exemplo, propagandas de cosméticos podiam fazer as mulheres
sentirem-se feias, comparar-se com outros poderia fazer com que a pessoa
perseverasse mais, mas que isso não a tornaria mais feliz. O problema é que a
pesquisa foi quase ou inteiramente falsificada. De acordo com o Retraction
Watch, 31 de seus trabalhos já foram despublicados.
Um trabalho
publicado no International Journal of Andrology (“Periódico Internacional de
Andrologia”) em 2008 alegou que os celulares diminuíam a contagem de
esperma e causavam alterações adversas nos testículos de coelhos. O trabalho foi despublicado em 2012,
pois o autor não tinha autorização de publicação de seus co-autores e os
dados apresentados não tinham precisão.
E por fim, uma pesquisa matemática exibida em 2010 também foi retirada das publicações por ser considerada um erro administrativo e não conter conteúdo científico.
Nenhum deles supera a marca de 35 trabalhos despublicados de Hyung-In Moon, um cientista coreano que levou a ideia de revisão de um trabalho científico por cientistas da mesma área, para um nível completamente diferente. Ele revisou os próprios trabalhos, usando nomes falsos para dar a impressão de legitimidade. Além de admitir ter falsificado vários dados nos estudos ele ainda assumiu forjar um estudo sobre doença hepática e outro sobre uma planta anticancerígena.
Leia a matéria completa.
Por Luíza Oliveira e Nathalia Ruviaro
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