Resenha do artigo “¿Popularización
de la ciencia o alfabetización científica?”
No seu artigo sobre a popularização
da ciência e da alfabetização científica, o jornalista científico Manuel Calvo
Hernando defende que a proposta de verificar maneiras de transmitir o conhecimento
científico para o grande público passa, primeiramente, pela questão de considerar
as mudanças que os conceitos sofreram ao longo dos anos. Para ele, a popularização
científica foi e deve ser substituída pela noção de alfabetização científica ou
cultura científica.
Segundo o autor, estudiosos europeus concordam
que o intuito dos cientistas, docentes, periodistas e escritores deve ser o de ajudar
o homem comum a superar seus temores em relação à ciência, tornando-se para isso,
mais íntimo da matéria.
Em se tratando da distância entre
sociedade e comunidade científica, Manuel destaca a importância de agregar
ações junto aos meios de comunicação, uma vez que é da mídia o compromisso mais
imediato de difundir essa cultura, divulgando materiais científicos para o
grande público. Assim, são imprescindíveis as ações de formação desse
interlocutor que precisa estar apto à tarefa e, também, o questionamento a
respeito do que realmente sabem, afinal, é preciso ter uma ligação entre o
saber o conseguir transmitir para os demais.
No tocante à evolução da comunicação
científica pública, o autor aborda um ponto crucial ao falar da adaptação que
as teorias de comunicação devem ter para que os estudiosos possam dar conta das
peculiaridades e exigências específicas da comunicação científica e
tecnológica. O discurso usado deve condizer com uma análise do léxico e semiótica
dos termos técnicos, para que o comunicador se atenha ao significado do que
está dizendo, gerando assim a compreensão nos outros, daquilo que ele próprio já
compreendeu.
Por fim, Manuel Calvo Hernando
trata das funções atribuídas à divulgação científica, considerando que é dever
dessa comunicabilidade transmitir informações, criando assim uma consciência científica
coletiva; promover a coesão entre grupos sociais; estimular o desenvolvimento
cultural; incrementar a qualidade de
vida das pessoas; gerar uma política de comunicação científica e tecnológica
crítica; complementar o ensino e incrementar a educação escolar; combater a
falta de interesse; aprender a comunicar com eficácia e o mais importante instituir
um meio de progresso científico.
É notório que o autor tem a
preocupação de que sejam desenvolvidas teorias de apoio à divulgação científica.
Propõe que passem por essas noções teóricas elementos que supram as
necessidades dos comunicadores. Por certo, sabe que é um processo delicado e
demanda muito interesse da parte dos envolvidos, mas considera que é possível
alcançar o propósito.
Por Aline Lopes
Acadêmica de Jornalismo UNIFRA
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