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segunda-feira, 4 de abril de 2011

A física nuclear brasileira perde Amélia Hamburger

A pioneira em física nuclear e pesquisadora em história e epistemologia da física, Amélia Hamburger, faleceu na sexta-feira,01, aos 78 anos, em São Paulo. Herdeira direta da tradição acadêmica da física dos anos 1950, foi professora do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) por mais de quatro décadas. Era casada com o também físico Ernst Hamburger e tinha cinco filhos.
Com uma carreira nascida da tradição acadêmica da física dos anos 1950, Amélia teve um papel essencial, na década de 1960, na fundação da Sociedade Brasileira de Física (SBF), ajudando a redigir os estatutos da instituição e compondo a diretoria e o conselho da sociedade diversas vezes.
Amélia se graduou em Física, em 1954, no Instituto de Física da USP, fez mestrado na Universidade de Pittsburgh, em 1960, e concluiu o pós-doutorado na Carnegie Mellon University em 1967. Suas áreas de pesquisa se concentravam principalmente em Física Nuclear e Mecânica Estatística, tendo como principais linhas de pesquisa a Física Nuclear e do Estado Sólido, História da Física no Brasil, Epistemologia da Física e Aprendizagem e Psicologia do Desenvolvimento Humano, além de ter atuado com política educacional e ciência nas relações Brasil-França.

Amélia também participou do projeto de recuperação da história da física contemporânea em São Paulo, com vários subprodutos, incluindo um texto recente contemplado com o prêmio Jabuti, contendo a primeira parte de um projeto de edição do livro Obra científica de Mario Schönberg, que reúne 50 artigos científicos do período entre 1936 e 1948.
Ela organizou o livro Fapesp 40 anos - Abrindo Fronteiras e foi aluna de Marcello Damy, pioneiro na física experimental do Brasil e responsável pela instalação do primeiro reator nuclear no País, em 1956, no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Teve ainda experiências pessoais com figuras importantes nos primórdios das pesquisas em Física Moderna no Brasil, além do brasileiro Mário Schönberg (1914 - 1990), como o italiano Giuseppe Occhialini (1907-1993) e o norte-americano David Bohm (1917-1992).
 
(Fonte: Ascom da SBF)



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