As mestrandas do curso de psicologia da UFSM, Luciane Beltrami e Mariana Flores expuseram dois pôsteres na XIV edição do SEPE da unifra. Uma das pesquisas mostradas tem por objetivo buscar entender “o manhês e a aquisição da linguagem”. Conforme mostra a pesquisa, o manhês é a forma característica de comunicação entre a mãe e seu bebê. Normalmente a maneira de falar da figura materna é suave e ritmada. Essa atitude é inconsciente e típica das mães com seus bebês. Isso ocorre através do olfato, tato, olhar e audição.
Todos sabem que o bebê desenvolve naturalmente a linguagem. Contudo quando colocado em um ambiente adequado ele pode se apropriar mais facilmente desta forma de comunicação. Desde muito cedo, já é possível notar o entusiasmo do bebê em relação à voz humana. Mas sem dúvida, é a voz da mãe que se destaca mais para pequeninos. A fala da mãe com o seu bebê é capaz de simplificar os enunciados. A pesquisa afirma ainda que quando a mãe usa uma voz mais aguda a atenção do bebê é prendida mais facilmente.
Já fala-se na criança, mesmo antes que ela nasça. Ainda que não tenha consciência disso, o adulto sabe que a linguagem vai se dirigir ao bebê. Isso funciona como uma espécie de antecipação. Dessa forma o bebê é capaz de perceber o que se passa no interior das outras pessoas. Isto é muito importante para a aquisição da linguagem, facilitando o aprendizado das crianças em relação às palavras. A significação afetiva e social do bebê é criada em conjunto com a mãe. A linguagem é fator determinante na formação de identidade da criança. É a mãe que exerce o papel de modelo social, que pode contribuir ou afetar o desenvolvimento dessa criança.
As alunas apresentaram também outro trabalho que tem como tema “Repercussões da ansiedade materna na aquisição da linguagem da criança”. A investigação afirma que as mães ansiosas têm mais dificuldade para ouvir seus filhos. Não deveria ser assim, pois a relação entre mãe e filho influencia diretamente no estado psicológico e na constituição da linguagem infantil. Tanto a falta de diálogo, quanto a falta de espaço para que a criança se expresse podem trazer problemas de ordem psicológica à criança.
No caso de a mãe apresentar algum sintoma de depressão durante a gestação o vínculo da mãe com o bebê pode ser impedido. Esse tipo de sintoma pode se desenvolver na fase pré e pós-natal. Isso não atrapalha apenas a relação da mulher com o filho, mas também com o marido. Nesses casos indica-se uma avaliação precoce para verificar se há ou não sintomas de ansiedade materna. Desse modo podem-se diminuir possiveis os riscos de desenvolvimento da criança.
Raquel Acosta
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