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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Clubes sociais negros: lugares de memória e resistência

O patrimônio afro-brasileiro, um legado deixado pela ancestralidade negra, está desaparecendo gradualmente e algumas medidas urgentes para a sua revitalização precisam ser tomadas. Pensando nisso, a especialista em Museologia e mestranda em patrimônio cultural pela UFSM, Giane Vargas Escobar, propôs-se trabalhar na elaboração de uma proposta de implantação de museus comunitários nos espaços de clubes e sociedades negras, desestruturados ou fechados, revitalizando-os, contribuindo assim para implementação de políticas públicas de preservação, manutenção e fortalecimento destes territórios de memória, resistência e identidades negras. Ao trazer este trabalho para um curso de mestrado penso que ele contribuirá para a divulgação destes espaços, bem como o trabalho final servirá de subsídio para as futuras reivindicações dos próprios Clubes Sociais Negros.O objetivo também é buscar o registro destes espaços como Patrimônio Cultural Brasileiro, através do IPHAN, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional”, afirma Giane.


O trabalho encontra-se em andamento e tem sido desenvolvido por meio da participação efetiva em reuniões e grupos de trabalho, que estão com a responsabilidade de elaborar projetos coletivos. Em 04/06/2007 a Comissão Nacional de Clubes Sociais Negros entregou à SEPPIR, em Brasília, as demandas do 1º Encontro Nacional de Clubes e Sociedades Negras. Em 2008, a SEPPIR viabilizou oficinas com os representantes de Clubes Sociais Negros com o objetivo de fomentar a articulação entre os Clubes, dar continuidade ao mapeamento em âmbito nacional, formando uma rede de parceiros. A primeira oficina aconteceu em 7 e 8 de junho, em Porto Alegre-RS; a seguir, em 14 e 15 de junho , em SC-Florianópolis e em 28 e 29 de junho na cidade de Belo Horizonte, reunindo representantes de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Nelas foram apontadas as demandas mais urgentes de cada Estado e elencadas para um primeiro momento dois projetos de alcance nacional, que já foram encaminhados à SEPPIR: a criação de um site/portal para os clubes sociais negros e um projeto de capacitação de gestores.


As reivindicações do Encontro foram registradas na “Carta de Santa Maria”, tendo como uma das principais demandas o reconhecimento destes espaços como patrimônio cultural afro-brasileiro, bem como a sua revitalização enquanto museus comunitários.


A partir do Encontro em 2006, foi possível realizar um cadastro dos clubes em âmbito nacional, bem como provocar uma mobilização nacional destes espaços, intitulado de “movimento clubista”, além da SEPPIR assumir este tema como um dos eixos de seu Ministério, enquanto articuladora de políticas públicas junto ao Governo Federal.

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