Com um avanço rápido das tecnologias, em pouco tempo os aparelhos eletrônicos tornam-se desatualizados e até obsoletos. Hoje , de acordo com o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto 10, 4 milhões de casa brasileiras possuem um computador. Desde 2005, o número aumentou em 2,09 milhões. Com tantas máquinas espalhadas pelo país, no Brasil ainda não há um serviço de recolhimento de máquinas velhas pelas próprias empresas que os fabricam. Nos Estados Unidos o serviço que coleta essa chamada sucata digital. Mas há no país outras empresas que compram, remanufaturam e revendem computadores. É o caso da Planac. Além de comercializar PCs novos, a empresa paulista monta e comercializa o PC Gol com nova manufaturação.
A reciclagem de sucatas eletrônicas é ainda restrita. Equipamentos eletrônicos são hoje produzidos em grande escala, e logo descartados. Esse tipo de sucata é uma ameaça ao meio ambiente e um desperdício de matéria-prima, pois é rica em metais como chumbo e cobre.
Mas para o usuário que não tem acesso a esse serviço ou seu computador é classificado como obsoleto? Doar ou vender podem ser as soluções.Porém, é raro o comércio de computadores antigos no Brasil.
Alguns proprietários de computadores velhos conseguem vender as peças separadamente. O monitor, o disco rígido, o processador ou o gravador de CD, são alguns itens que podem ser re-utilizados em computadores modernos, tudo depende se há compatibilidade com a nova máquina. O estudante de ciência da computação Bruno Callegaro, diz que não vale a pena comprar monitores antigos. “Eles consomem mais energia, e a qualidade da imagem é pior”, explica. Já uma placa, depende somente na qualidade e no estado que se encontra, pois ela é um item com mais probabilidades de funcionar com o novo sistema operacional.
“As tecnologias se renovam muito rápido, não torna vantajoso comprar ou re-utilizar peças de computadores usados”, explica Bruno que prefere comprar peças novas para seu micro- computador. Com a popularização da tecnologia elas, hoje, são baratas e de boa qualidade, menciona o estudante.
No Brasil há ainda uma carência de estabelecimentos ou depósitos com profissionais ou técnicos que possam re-utilizar as peças.
Segundo o técnico de informática Leandro Oliveira Cunha, o usuário demora muito tempo para trocar de máquina, tornando-a obsoleta e deixando a maioria de suas peças inutilizáveis. “Alguns itens podem ser incompatíveis com os novos computadores. Como a memória que dura entre um ou dois anos”, explica o especialista.
O disco rígido requer mais informação e cuidado ao ser utilizado em máquinas novas. “O reaproveitamento só compensa quando o proprietário da marca tem bons conhecimentos técnicos e pode fazer as instalações por conta própria,” explica Leandro.
O estudante de design Marcelo Noal diz que há pouco incentivo ou orientação para os interessados em doarem ou venderem sua máquina ou as peças internas. “Já vi situações onde estudantes que transformavam sucata digital em obra de arte, pois não sabia o que fazer com as peças que já haviam se tornado inutilizáveis”, conta Marcelo que há 3 anos comprou um novo computador e ainda guarda sua máquina antiga.
“ Um computador antigo fica sem uso, pois está desatualizado, as peças não podem ser ajustadas com as máquinas modernas”, diz Marcelo. O estudante explica já ter procurado solução para seu computador antigo, porém, as lojas especializadas dizem não trabalhar com máquinas antigas ou possuírem um depósito para tais.
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